Luanda - Em pré-campanha na província do Bié, este sábado (15.07), cabeça de lista do PRS defendeu que "com intolerância política não se realizam eleições justas" e voltou a prometer mudanças com base no sistema federalista.

Fonte: DW

O comício do Partido de Renovação Social (PRS) foi antecedido por outras atividades político-partidárias promovidas, na sexta-feira (14.07), quando o cabeça de lista do partido às eleições gerais de 23 de agosto, Benedito Daniel, manteve encontros com o governador local e autoridades eclesiásticas.


Neste sábado (15.07), realizou-se um ato de massa, na cidade do Kuito. O candidato a Presidente da República apresentou aos eleitores locais as suas estratégias eleitorais que se assentam na istituição do sistema federalista em Angola.


Falando diante do público que se reuniu no campo do Vitória, equipa local de futebol, Benedito Daniel apelou ao apoio dos eleitores: "Sem o vosso voto, os nossos objetivos não serão materializados".


Segundo o candidato do PRS, "com a implementação do federalismo como sistema de Governo," poderá se combater o índice de desemprego em Angola.

Pleito justo, livre e transparente

Em seu discurso, Benedito Daniel centrou-se também nos alegados atos de intolerancia política reportados pelo Secretário Provincial do seu partido no Bié, António Armando.

"Com intolerância política não se ralizam eleições justas," disparou, referindo-se à recente retirada das bandeiras do PRS das ruas da cidade.


No princípio deste ano, o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, apelou à convivência na diferença, para que as eleições gerais em Angola sejam livres e transparentes. "Bié não está a obedecer as orientações do chefe de Estado angolano, quando apelou à tolerância nas eleições," criticou o político do PRS, acrescentando que "os angolanos estão condenados a viver em conjunto," ou seja, na diferença.


Depois do Huambo e Bié, Benedito Daniel ruma para o Cuando Cubango, onde também vai apresentar o seu manifesto eleitoral aos cidadãos locais.


Entre os vestígios da guerra e a modernidade


A província angolana do Bié é uma das regiões asssoladas pelo conflito armado que o país registou. Na cidade do Kuito, ainda são visiveis os vestígios da guerra. Alguns edifícios ainda apresentam sinais de projéteis. É o caso do antigo prédio do Hotel Girão.


Agora, a instituição hoteleira funciona num prédio adjacente. "Depois do conflito armado, o Governo implementou um projeto que visava acabar com os sinais de guerra na província. Muitos sinais já foram retirados," disse um cidadão contatado pela DW África.


Os semáforos da cidade estão em pleno funcionamento e são alimentados por placas solares – um sinal de modernidade em meio a edifícios em ruína. À semelhança do Huambo, nas ruas do Kuito, o barulho das motorizadas faz o dia-a-dia dos citadinos. Elas são o principal meio de transporte para a população de baixa renda.