Luanda - A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de Angola analisou com "bastante preocupação" os atos de retirada de dísticos colocados para indicar as assembleias de voto, apelando para que estes casos sejam denunciados às autoridades.

Fonte: Lusa

Em declarações à imprensa, no final do plenário da CNE, a porta-voz daquele órgão eleitoral, Júlia Ferreira, referiu que esses atos têm ocorrido um pouco por todo o país, mas com maior incidência nas províncias de Luanda, capital de Angola, e do Cunene.


Segundo Júlia Ferreira, a retirada dos dísticos, "de forma abusiva e indevida", nomeadamente de escolas onde vão ser instaladas as assembleias de voto, compromete todo o trabalho que tem estado a ser feito pela CNE "com muito empenho, abnegação, sacrifício", para informar os eleitores, de forma antecipada, onde vão votar.


Júlia Ferreira frisou que em alguns casos, onde não existem instalações físicas, a CNE vai instalar tendas, que também funcionam como assembleias de voto.


"E o que estamos a fazer é aproveitar os meios ambientais existentes ao nosso redor, nomeadamente algumas árvores, para afixarmos dísticos de localização das assembleias de voto", explicou.


"Este exercício foi feito também em alguns locais e nós temos estado a ser surpreendidos com a sua remoção", acrescentou.


A responsável disse que esta atitude é passível de responsabilidade criminal, classificando-a como "antipatriótica e censurável".


"O grande apelo que nós fizemos é pedir também para que todo e qualquer cidadão que testemunhe situações desta natureza denuncie a sua ocorrência às forças da ordem pública, tendo em conta que efetivamente esta vandalização tem estado a comprometer seriamente o trabalho que nós temos estado a desenvolver neste domínio", exortou.


A Polícia Nacional angolana deteve na semana passada, no distrito urbano da Maianga e no município de Viana, Luanda, dois homens acusados de retirarem vários indicativos de assembleias de voto da CNE, que foram submetidos a julgamento sumário.


Angola vai realizar eleições gerais a 23 de agosto, em que concorrem seis formações políticas e participam 9.317.294 de eleitores.