Luanda - O cabeça-de-lista do Partido de Renovação Social (PRS) às eleições gerais angolanas defendeu hoje, na província do Namibe, que o federalismo é a solução para os problemas angolanos e fez um balanço positivo da primeira semana de campanha eleitoral.

Fonte: Lusa

Em declarações à agência Lusa, no quadro da campanha do seu partido na zona centro e sul de Angola, Benedito Daniel, candidato à eleição, por via indireta, para Presidente da República de Angola, sustentou que a resolução da maior parte das preocupações apresentadas pelos cidadãos passa pelo "federalismo simétrico".

 

"Para todos os municípios das províncias do país, onde cada província seria responsável pela aprovação dos seus programas de investimento público", defendeu o candidato, que hoje e sexta-feira está em campanha eleitoral na província do Namibe, no sul de Angola.

 

O partido liderado por Benedito Daniel defende no seu programa de Governo a "adoção de uma constituição federal", para "assegurar na prática aos angolanos e a estrangeiros residentes em Angola, a inviolabilidade dos direitos e liberdades fundamentais do Homem".


Essa reforma passa, desde logo, pela reorganização do poder legislativo, com a "câmara dos deputados ou câmara baixa", a eleger proporcionalmente pela população de cada estado e a "câmara de representantes ou câmara alta", com a igualdade de representação dos estados.

 

Depois de já ter passado pelas províncias da Huíla, onde abriu a campanha, Huambo, Bié, Cuando-Cubango e Cunene, Benedito Daniel afirma que a receção da mensagem do seu partido por parte dos cidadãos "tem sido positiva", considerando esta como "uma campanha diferente".

 

"Porque, apesar de haver muita recetividade por parte da população, também constatamos uma curiosidade dos populares. Principalmente os jovens, não se deixam apenas pelas explicações, mas promovem encontros interativos", realçou.

 

Encontros, referiu, onde são questionados os objetivos do partido "para satisfazer as suas necessidades", que passam "essencialmente pela falta de emprego e de medicamentos nos hospitais".

 

"Particularmente na província do Cunene, onde estivemos quarta-feira, em que também se acrescenta a questão dos transportes e da falta de água. Porque a maioria dos estudantes estudam em zonas muito distantes e infelizmente não existe o transporte escolar", observou.

 

Para Benedito Daniel, as eleições gerais de 23 de agosto serão marcadas sobretudo pelo voto em consciência da maior parte da juventude angolana.

 

"Estamos em crer que estas não serão mais aquelas eleições de ver a bandeira simplesmente. Serão principalmente para os jovens votarem em consciência, votando no programa e naquilo que cada partido promete realizar", apontou.

 

Depois do Namibe, acrescentou, o PRS vai ainda levar a sua mensagem política nesta primeira incursão por Angola nas províncias de Benguela e Cuanza Sul.

 

Angola vai realizar eleições gerais a 23 de agosto deste ano, com seis formações políticas concorrentes - MPLA, UNITA, CASA-CE, PRS, FNLA e APN - contando com 9.317.294 eleitores em condições de votar.

 

A campanha eleitoral decorre até 21 de agosto em todas as províncias do país.

 

Nas eleições gerais são eleitos o parlamento, o Presidente da República e o vice-Presidente.