À
Sua Excelência Senhor Presidente do Partido UNITA, Doutor Isaías Henrique Ngola Samakuva
Os signatários desta nota de protesto são activistas da Associação para o Desenvolvimento da Cultura dos Direitos Humanos (ADCDH) que vêm protestar o comportamento assumido pela direcção do partido.
É com muita preocupação que tomamos conhecimento no quadro do Programa da UNITA em véspera da realização das eleições gerais, ter celebrado um acordo com Grupo de Reflexão (G.R) que de certo modo, engaja a Sociedade Civil e o povo de Cabinda na perspectiva de uma solução política para Cabinda na visão do partido.
Os acordos ora assinados nos parecem ser subjectivos por falta da sua divulgação e transparência de uma situação que perdura a mais de meio século, na qual continua a derramar sangue, tratamento desumano, perseguições, execuções sumárias, instabilidade “social e politica resultante das inspirações e preservação da identidade” do povo de Cabinda.
Nesta perspectiva, impugnamos veementemente o procedimento da UNITA, em acentuar a dissimetria étnica assemelhando-se à do MPLA, privilegiando figuras pertencentes ao Grupo de Reflexão da extinta Mpalabanda que tiveram interesse para o seu enquadramento social fora das aspirações que defendiam sobre a identidade do povo de Cabinda manifestando-se serem independentistas.
Os discursos e pronunciamento do Vice-presidente da UNITA, em Cabinda, não convencem o povo e a Sociedade Civil de Cabinda e constituem ofensas à sua honra e a dignidade quando o problema exige uma concertação que possa engajar o povo perante um governo responsável, demonstrando claramente uma atitude de minimizar a questão étnica que poderá eventualmente produzir uma divisão no seio da sociedade civil.
Considerando perigosa tal conduta e o posicionamento da UNITA para futura governação de Angola, menosprezando uma solução política abrangente com a sociedade Civil em representação do povo de Cabinda consubstanciada pela sua identidade, anunciamos em breve uma manifestação pacífica contra o programa da UNTA em Cabinda.
Cabinda aos 26 de Julho de 2017
O presidente da associação
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Alexandre Kwanga Nsito
