Luanda - O Banco Nacional de Angola (BNA) manteve inalterada pelo terceiro mês consecutivo a taxa básica de juro no país, fixada desde agosto em 10,5 por cento anuais, numa altura em que a inflação já ultrapassa dois dígitos.

Fonte: Lusa

A medida consta do comunicado final, hoje divulgado, sobre a reunião mensal do Conselho de Política Monetária do BNA, realizada na segunda-feira, em Luanda, para avaliar a evolução da taxa de inflação e da taxa de câmbio, bem como os indicadores de crescimento da atividade económica e das contas fiscais e monetárias em outubro.

 

A taxa de juro em Angola, cujas variações podem servir para controlar a evolução da inflação, esteve fixada até julho de 2014 em 8,75%, após um corte, na altura, de meio ponto percentual, e aumentou há precisamente um ano para 09%.

 

Já em março último subiu mais 0,25 pontos percentuais, em junho aumentou para 9,75%, em julho mais meio ponto percentual, para 10,25%, até que em agosto foi fixada em 10,5%, mantendo-se inalterada pelo menos até ao final de 2015.

 

O Comité de Política Monetária decidiu também manter as taxas de Juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez (12,50% ao ano) e de Juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez (1,75% ao ano).

 

De acordo com o mais recente relatório de INE sobre o comportamento da inflação, a variação homóloga dos preços em Luanda atingiu em outubro os 12,4%, um aumento de 4,92 pontos percentuais face ao mesmo mês de 2014.

 

O valor acumulado da inflação (últimos doze meses) renovou em outubro máximos dos últimos quatro anos, segundo os dados do INE angolano.

 

Devido à crise decorrente da quebra na cotação internacional do petróleo, Angola viu reduzir a receita fiscal para metade, assim como a entrada de divisas no país, agravando o custo das importações e o acesso a produtos, inclusive alimentares.

 

A reunião do Conselho de Política Monetária concluiu ainda que no mercado cambial primário, a taxa de câmbio média em outubro manteve-se estável face ao mês anterior, em 135,3 kwanzas por cada dólar norte-americano, inalterada durante todo o mês de novembro, depois de uma desvalorização de quase 40% no espaço de um ano.