Luanda - É verdade que após 42 anos de ocupação e três campanhas eleitorais angolanas, o povo de Cabinda e sua juventude ainda não entenderam nada sobre a realidade histórica da luta para sua emancipação ?

Fonte: Club-k.net

Enfrentar a realidade do mundo é a unica base de reflexão que nos dara a posibilidade de reencontrar a esperança perdida, no momento em que muitos de nós pensam de facto que a FLEC está em grande declínio,e querem o substituir do debate pelos partidos politicos da oposição angolana , ou que a luta armada é o seu único horizonte para defender as nossas aspirações para alcançar os nossos objectivos.Pessoalmente, estou totalmente convencido do contrário, porque são homens e suas receitas que falharam e não a FLEC.


A FLEC em si não falhou, apesar de não de ter capitalizado os apoios que tinha por partes dos seus então aliados, e apesar do divórcio entre alguma elite da nossa sociedade com o movimento nascido a quando da criação do Forum Cabindes pelo Dialogo na Holanda onde começaram a aparecer as ambiçoes escondidas de ums contra a propria FLEC, e não é estranho de ver que a maioria dos actores que foram para Holanda ja estao todos no outro lado da bareira.


Também estou convencido de que a FLEC , ao entrar talvez tardiamente nesta nova era da sua história depois da morte do seu lider Nzita Tiago , neste mundo da globalização e da revolução digital ,deve avançar e adaptar -se com o tempo, isto por que temos a força para fazê-lo, temos a juventude para o fazer e temos o povo e sua história conosco. E perante essas transformações num mundo em plenas mudanças, As reivindicações legítimas do povo de Cabinda não devem, na minha opinião, continuar a serem liderada pelos mesmos homens do passado e com suas receitas do passado cujas ambições pessoais e ocultos estão agora visíveis perante o povo.

Por isso acho que é legítimo da minha parte fazer essa pergunta , no caso de Cabinda, sera que a UNITA não tem confiança na pessoa do seu Secretário provincial ? em recorrer a candidatos independentes como cabeça de lista e isso pela segunda vez?. Para mim ha duas coisas, ou esta estratégia esconde certamente uma fragilidade flagrante e uma falta de coesão dentro do partido no tratamento do dossié Cabinda ou a UNITA trata os Cabindas por idiotas


É por isso que ,da minha opinião, o dito debate que alguns Cabindas e fanáticos da UNITA querem promover em Cabinda entre as cabeças de listas dos partidos políticos da oposição angolana sobre seus programas para Cabinda é uma grande farsa indigesto para os homens de bom senso.

Os líderes Cabindas de amanhã, sejam eles da FLEC como os da sociedade civil que todos nós queremos ver envolvido na busca de uma solução pacífica, devem ser aqueles nao esperam que lhes dão uma autonomia como bolinhos para o matabicho, nem continuar de pedir ou esperar dum povo ferido, os sacrifícios que nunca mais podem consentir perante a barbaridade e a militarização excessiva do território pelas forças de segurança angolanas.


Estamos todos conscientes das exigencias da juventude Cabindesa para com os seus líderes, tanto da FLEC como os da sociedade civil, assim devemos todos olhar pela a realidade, não somente da vossa nem da nossa, mas desta realidade de fundo que os Angolanos nos-impõem atualmente, com a falencia total de serviços públicos, com aumenta da pobreza extrema, dos assassinatos e prisões arbitrárias, da realidade da ausencia total de liberdades individuais e coletivas.

Como no passado, temos de debatermos juntos das grandes transformaçoes de mentalidades que a nossa sociedade precisa, por onde temos de ir e quais são os caminhos,e o tempo que vai durar esta viagem porque tudo isso não acontecera num dia.

Nossa solução não virá atraves duma eleição já tratadas com antecedência, nem pela presença ou não de deputados Cabindas num parlamento monocolor, que nunca decidiu de nada e por nada. Não estou aqui a combater pessoas pela difamação , mas sima combater ideias com argumentos fundamentadas...


Devemos sair das armadilhas de sedução dos partidos políticos angolanos, do poder como os da oposição, que chegam em Cabinda em período eleitoral sem projeto político atraente para o território,mas falam com a gentes como se trata de crianças, ao propor sem vergonha soluçoes construidas com antecedencia e, que basicamente consistem apenas de prometer as acomodações políticas aos ditos quadros Cabindas.


É uma falha grave da nossa parte como FLEC, como sociedade civil e como povo, de acomodarmo-nos do status quo que perdura antes e depois da assinatura do maldito memorando de Namibe que nada resolveu.


Temos que por fim na dispersão das nossas forças intelectuais sobre tudo nas nossas escolhas e, ou nos outros ditos compromissos estratégicos, forjados nos encontros escondidos, temos que deixar de créer em soluções banais,que no fundo so consiste a perpertuar a miseria dentro da nossa sociedade, ao pensar que alianças com opositores alimentados pelo regime podera mudar algo no nosso destino, enquando estes não oferecem soluções concretas e evitam de reconhecer e falar claramente da importância da FLEC como movimento de luta de libertação do povo de Cabinda e da sua trajetória histórica na história contemporânea de Cabinda.


Eu, pessoalmente, queria ver nossos sacerdotes e ativistas perseverar no seio da igreja católica Romana de Cabinda onde teriam hoje a facilidade de ser ouvido pelo o actual Papa Franciso que é um ardente defensor dos direitos dos povos oprimidos.


Queria ver os lideres da FLEC juntarem-se e promover a união da luta na diversidade de opinoes e, somos culpado de não ter investidos os apoios recebidos antes da queda do muro de Berlim que inauguro uma nova fase da geopolitica mundial...que deveria proporcionar organisaçao uma outra visibilidade em termo de defesa dos direitos dos povos oprimidos.


Sim, deste ponto de vista todos nós falhamos. Ao deixarmo-nos perder a paciencia e a perseverança que o Cristo nos ensinou....uma auto critica é sempre necessario


A solução do conflito de Cabinda virá através de uma revolução pacifica e democrática baseado num referendo pela autodeterminação do territorio e não atraves de uma eleição angolana anti democratica e fraudulente.
Desistir não, resistir sim, mas com as armas certas e as estratégias acertadas.

Termino aqui com uma citação do site Altohama dizendo que: é vencido quem deixa de lutar...

Osvaldo Franque Buela