Luanda - O pai de Nádia da Silva Domingos, jovem assassinada na semana passada na paragem de táxi da Robaldina, bairro do Grafanil - e cuja morte chegou ao conhecimento da família através das redes sociais -, desconfia que a filha foi "vítima de uma armadilha". Em declarações ao Novo Jornal Online, Manuel Domingos insiste que a história do homicídio está "mal contada".


*Gaspar Faustino
Fonte: NJ

Uma semana depois do assassinato de Nádia da Silva Domingos, jovem esfaqueada até à morte na paragem de táxi da Robaldina, bairro do Grafanil, o pai desconfia que a filha não foi vítima de um crime de oportunidade.

 

"O jovem que matou a minha filha é um assassino profissional. Do jeito que a faca foi introduzida era mesmo para matar", defende Manuel Domingos, em declarações ao Novo Jornal Online.

 

O pai de Nádia garante que o segundo suspeito do crime já se encontra detido, informação ainda não confirmada pela Polícia Nacional (PN).

 

"Esse caso está em centro de investigação. Não temos nenhuma informação para além das já prestadas à imprensa", diz ao Novo Jornal Online o inspector-chefe Mateus Rodrigues, porta-voz do Comando Provincial de Luanda da PN.

 

Recorde-se que na semana passada a PN anunciou a detenção de um suspeito da morte de Nádia da Silva Domingos e, ao Novo Jornal Online, chegou mesmo a avançar que a jovem tinha sido violada.

 

Confrontado com a informação de um possível abuso, o pai da vítima - que morreu com 20 e não 26 anos como a Polícia começou por divulgar - revela que a família desconhece os resultados da autópsia.

 

Com ou sem perícia, Manuel Domingos insiste na ideia de que a filha caiu numa emboscada. "A minha filha foi vítima de uma armadilha. A Polícia já agarrou outro jovem, mas eles não estão a aceitar dizer quem lhes mandou tirar a minha filha deste mundo", conta o progenitor, questionando as versões que têm circulado sobre o crime.

 

De acordo com o esclarecimento prestado pela PN ao Novo Jornal Online, Nádia foi vítima de um assalto que acabou mal porque terá reconhecido um dos agressores, hipótese que o pai descarta.

 

"Não estou a acusar ninguém, mas a última pessoa que estava com a Nádia naquele dia foi o namorado dela", avança, num esforço de reconstituir as últimas horas de vida da filha.

 

"A Nádia saiu às escondidas no sábado, dia 29, para um pedido de noivado de uma amiga. Eu nem sabia que a minha filha estava fora de casa, foi através das redes sociais que tivemos o conhecimento que a minha filha estava morta. Durante o óbito, o namorado da Nádia disse-me que estiveram juntos na festa e depois foram para a casa dele", revela.

 

Manuel Domingos avança ainda que o namorado garantiu aos familiares que acompanhou Nádia até à paragem de táxi.

 

"Ele me disse que meteu a minha filha no táxi da Vila de Viana para o 1.º de Maio, e que desconhece o porquê de a Nádia ter descido na paragem da Robaldina. Essa história está mal contada", reforça o pai, que não encontra motivos para a tragédia.

 

Um argumento usado para contestar a teoria do assalto tem que ver com o facto de a vítima ter sido encontrada com alguns objectos à partida valiosos, como um anel, um fio e um relógio.

 

"Não sei porque é que mandaram fazer isso com a minha Nádia", prossegue, acrescentando que a filha, a penúltima de sete herdeiros, "nunca foi de ficar muito tempo fora de casa".

 

"Desde que a mãe dos meus filhos morreu eles se apegaram muito à mim", conclui Manuel Domingos.