Benguela - Finalmente! A rádio Catumbela foi oficialmente inaugurada, neste sábado, pelo ministro da comunicação social, Luís de Matos.

Fonte: Perolas das Acacias

Há mais dois anos a emitir em regime experimental, a rádio Catumbela, torna-se primeira no país a ter um regime duplo de propriedade, ou seja resulta de uma parceria entre a rádio Nacional de Angola – empresa publica e uma privada, cuja proprietária, é supostamente Suzana Cláudia Dinis Chaves, uma das esposas do antigo ministro da Comunicação Social Manuel Rabelais, actual secretario de Estado do Presidente da República para os Assuntos de Comunicação Institucional e Imprensa.

Um pormenor que não passou despercebido a maioria dos cidadãos da província. Muitos põem em causa a transparência e vêm sinais de desvio de um bem público em beneficio de privado, como é o caso do jornalista Nelson Sul D´Angola, numa crítica feita no Facebook

 

“A Rádio Catumbela, inaugurada há dias, foi construída com dinheiros públicos, no âmbito da política do Ministério de tutela que consiste na criação das emissoras locais e comunitárias, a exemplo das rádios Viana, Cazenga, Cacuaco e por aí adiante. No entanto, no caso da Rádio Catumbela, em Benguela, a estação radiofônica foi “privatizada a custo zero” a favor de uma empresa do ex-ministro da comunicação social, Manuel Rebelais, um dirigente comprovadamente corrupto, que, até hoje, só não foi detido pela PGR, porque, a dado momento, José Eduardo dos Santos apercebeu-se que levando Rebelais à cadeia, era praticamente impossível que Tchizé e Coréou Dú, dois dos seus filhos, escapassem da prisão”, referiu.

 

Para mais diante apontar a Suzana Chaves como a testa de ferro do projecto.

“A Rádio Catumbela – que agora virou privada- é dirigida por Suzana Chaves, uma das esposas de Manuel Rebelais, o diretor do GRECIMA e igualmente secretário do Presidente da República para os Assuntos de Comunicação Institucional e Imprensa”, sentenciou.


Entretanto, a A rádio dispõe de um raio de cobertura em FM 92.03 para a costa litoral da província (Benguela, Baía Farta, Catumbela e Lobito). O director geral daquela estação emissora, padre António Manuel, referiu que no cumprimento do seu estatuto orgânico, a Rádio Catumbela vai continuar com um pendor essencialmente musical, com dois pontos informativos, nomeadamente às 13:h00 e às 20 horas, não exercendo a função informativa, nomeadamente entrevistas, programas de entretenimento e outros, como seria de esperar.

 

Por sua vez, o ministro disse sentir-se regozijado por cumprir um dever constitucional de formar e informar os cidadãos, além de dar postos de trabalho aos jovens. José Luís de Matos augura que sejam úteis a população da Catumbela e façam reflectir nas respectivas emissões as preocupações dos cidadãos e que, por esta via, façam chegar as autoridades estas preocupações e, eventualmente, propor soluções.

 

Apelou aos profissionais da estação emissora, no sentido do cumprimento dos princípios básicos do jornalismo, mormente a ética, a deontologia e a equidade e que tratem de assuntos relacionados com os jovens.

 

A inauguração surge depois de vários adiamentos, em março, por exemplo, houve uma tentativa, porém fracassada em que Manuel António Rabelais, actual secretário do Presidente da República para os Assuntos de Comunicação Institucional e Imprensa apresentou um programa no período de tarde durante uma hora. Na ocasião anunciou o elenco da direcção da Rádio que tem como directora geral, Suzana Cláudia Dinis Chaves, uma das suas esposas, baseada na província de Benguela. Durante o programa havia dito também que a “Rádio Catumbela” é uma emissora destinada aos jovens e agradeceu o empenho dos técnicos.

 

Para além da Rádio Catumbela, Manuel Rabelais tem em Luanda um projecto idêntico denominado “Rádio Global” e uma televisão “TV Palanca”, disponível apenas pela DSTV, desde Dezembro de 2015.