Luanda - O cabeça-de-lista da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) às eleições gerais de 23 de agosto prometeu hoje acabar com as "cunhas" quando for Governo, se vencer o escrutínio.

Fonte: Lusa

Caso venha a ganhar as eleições, Lucas Ngonda, candidato à Presidente da República nestas eleições, promete acabar com as "cunhas", um mal que definiu como travando o desenvolvimento e a igualdade de oportunidades.

 

Promete ainda "uma Angola verdadeiramente reconciliada com o seu povo, onde todos os angolanos se vão reencontrar, sem discriminação social, política, racial".

 

"É esta Angola que todos nós queremos, onde todo o cidadão pela sua competência é capaz de atingir os patamares necessários na sua vida. O que não é o caso, hoje é cunha aqui, cunha acolá, conhecidos daqui e conhecidos dacolá, somos todos cidadãos e temos os mesmos direitos", criticou Lucas Ngonda em declarações à agência Lusa.


Para o político é prioritário o fim do compadrio. "Porque senão não estaríamos a fazer nada, porque o meu sobrinho vem ter comigo porque é meu sobrinho e aqueles que não têm tio que é presidente da FNLA, como é que as coisas ficam, daí começam as injustiças".

 

"Nós trabalhamos para acabar com essas assimetrias e injustiças sociais, para termos uma sociedade harmoniosa e tendo uma sociedade harmoniosa cada cidadão tem confiança de si próprio e é isso que dá o progresso", salientou.

 

O candidato da FNLA à Presidente da República disse que já esteve no leste do país e hoje partiu em nova digressão para a província do Uíge, seguindo depois para as do Cuanza Norte e do Zaire, para terminar no dia 21 a campanha em Luanda.

 

Segundo o líder do partido, o entusiasmo dos cidadãos é notável não só pela FNLA, mas também pelas eleições.

 

"A convicção de que votar é um ato de cidadania está a penetrar nos angolanos e isto é salutar, porque a luta não é só para ganharmos as eleições, como também para consolidarmos a democracia como ponto de partida", disse.

 

Há quase um mês, a mensagem que tem passado aos angolanos é de consolidação da democracia e de reorganização da sociedade angolana.

 

"Mudar alguma coisa no modelo de sociedade angolana, e isto não é conflituoso quando temos um projeto que sirva o interesse nacional. Naturalmente as mudanças são para o progresso e não para a regressão do país, seria o descalabro, queremos mudanças para o progresso do país onde todos nós estejamos comprometidos para o bem do nosso povo", referiu.

 

Angola vai realizar eleições gerais a 23 de agosto deste ano, às quais concorrem o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), Partido de Renovação Social (PRS), FNLA e Aliança Patriótica Nacional (APN).

 

A Comissão Nacional Eleitoral de Angola constituiu 12.512 assembleias de voto, que incluem 25.873 mesas de voto, algumas a serem instaladas em escolas e em tendas por todo o país, com o escrutínio centralizado nas capitais de província e em Luanda, estando 9.317.294 eleitores em condições de votar.

 

A Constituição angolana aprovada em 2010 prevê a realização de eleições gerais a cada cinco anos, elegendo 130 deputados pelo círculo nacional e mais cinco deputados pelos círculos eleitorais de cada uma das 18 províncias do país (total de 90).