Luanda - A produção petrolífera angolana voltou a registar nova queda em setembro, equivalente a 2.900 barris diários, e continua atrás da Nigéria, que pelo quinto mês consecutivo está na liderança entre os produtores africanos, segundo a OPEP.

Fonte: Lusa

De acordo com o último relatório mensal da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), lançado hoje e ao qual a Lusa teve acesso, Angola atingiu em setembro uma produção diária média de 1,641 milhões de barris de crude, com dados baseados em fontes secundárias.

Com este registo, em volume produzido, Angola continua atrás da Nigéria, país que viu a sua produção aumentar em mais de 50.000 barris diários de agosto para setembro, chegando à média de 1,855 milhões de barris por dia, de acordo com os dados da OPEP.

Durante praticamente todo o ano de 2016 - e até maio último - Angola liderou a produção de petróleo em África.


A produção na Nigéria foi condicionada entre 2015 e 2016 por ataques terroristas, grupos armados e instabilidade política interna.

O acordo entre os países produtores de petróleo, para reduzir a produção e fazer aumentar os preços, obrigou Angola a cortar 78 mil barris de crude por dia com efeitos desde 01 de janeiro, para um limite de 1,673 milhões de barris diários.

O mesmo relatório da OPEP refere que em termos de "comunicações diretas" à organização, Angola terá produzido 1,657 milhões de barris de petróleo por dia em setembro (menos 23.000 barris diários face a agosto), enquanto a Nigéria não comunicou dados.

O documento acrescenta igualmente informação sobre as compras de petróleo pela China no mês de agosto, com Angola a manter-se entre os principais fornecedores, com uma quota de 12%, atrás da Rússia (13%) e à frente da Arábia Saudita (11%).

Angola enfrenta desde final de 2014 uma profunda crise económica, financeira e cambial decorrente da forte quebra nas receitas petrolíferas.

Em menos de dois anos, o país viu o preço do barril exportado passar de mais de 100 dólares para vendas médias, no primeiro semestre de 2016, de 36 dólares por barril, segundo dados do Ministério das Finanças.

Desde o início do ano que as vendas de petróleo angolano têm estado, em regra, à volta dos 50 dólares por barril.