Luanda  - O jornal «O País» revelou há dias que a Jefran Imobiliária investiu 25 milhões de USD em projectos habitacionais em várias províncias provinciais do país.


Fonte: Ilidio Manuel/Opais

Diz a publicação que, em função dos investimentos feitos, a empresa imobiliária tem estado a alimentar o «sonho de muitas famílias angolanas» no sentido destas possuírem casa própria. Segundo o artigo, a Jefran apostou «na construção de habitações sociais e de alta renda» nas modalidades de pagamento: «rendas resolúveis e pronto pagamento».


À primeira vista, qualquer leitor fica com a ideia que a Jefran, uma empresa cuja titularidade é atribuída a um ex-gestor bancário, estará a respirar saúde financeira e que tem estado a honrar religiosamente os seus compromissos com os seus clientes quando, no terreno, a realidade é bem diferente.


Acontece que há vários clientes dessa empresa que há anos têm estado a investir as suas poupanças para concretizarem os seus sonhos de casa própria, mas que, até à data, os mesmos não foram concretizados, e dificilmente o serão, a avaliar pelas supostas dificuldades de tesouraria da empresa.


Na realidade, tais sonhos foram desfeitos, depois de as casas que lhes eram destinadas terem sido entregues a funcionários afectos ao Ministério do Interior. Presume-se que o recurso ao MININT terá sido para «reduzir o impacto das reclamações»...


Alguns lesados afectos ao projecto Jericó dizem que já pagaram cerca de 70% do valor das casas na modalidade de renda resolúvel (avaliadas em 15 milhões de Kwanzas), mas que há coisa de dois meses receberam a «triste notícia» da «mudança de fechaduras», ou seja, de «donos» …


Queixam-se que de um momento para o outro foi-lhes vedado o acesso às moradias, que praticamente já estavam em fase de conclusão.
Consta que há cerca de mês e meio registou-se um alvoroço na empresa com muitos clientes a exigirem os seus «montantes, com juros de mora». O PCA de Jefran, Francisco Simão da Silva, tem sido acusado de estar a furta-se ao diálogo com os clientes/lesados.