Luanda - A fábrica de cimento da província do Kuanza Sul (que tem como dono Joaquim David) informou hoje as autoridades daquela região angolana que prevê a paralisação dos trabalhos a 01 de novembro, devido à falta de fornecimento de combustível.

Fonte: Lusa

Aquela unidade industrial escreveu à direção provincial da indústria do Cuanza Sul a dar conta da situação, que se arrasta desde janeiro deste ano, e que se junta a outros problemas que o setor está a atravessar no país, fazendo disparar o preço do cimento.

Para o funcionamento daquela fábrica é necessário combustível do tipo HFO, que serve para a queima de clínquer, matéria-prima para a produção de cimento, bem como para o funcionamento das máquinas.

Segundo o diretor provincial da Indústria no Cuanza Sul, Honorato Konjanssile, a situação é preocupante, tendo em conta que se trata da maior unidade fabril naquela província.


"É a maior indústria que temos aqui, porque para além da capacidade de produção, que era de cerca de um milhão e 200 sacos por dia, temos matéria-prima suficiente como é o calcário e argila, temos material suficiente para dar continuidade à fábrica por mais 80 anos de vida", disse.

Dada a escassez de cimento em Angola, o preço do saco de cimento já duplicou no mercado nacional, assunto que inclusive foi abordado pelo Presidente angolano, João Lourenço, no seu discurso sobre o estado da Nação, na segunda-feira.

"Verifica-se uma concorrência desleal na indústria de cimento, que fez disparar os preços do cimento no mercado pela paralisação de duas unidades fabris, situação que urge pôr cobro de imediato", disse João Lourenço.

Sobre o assunto, a ministra da Indústria, Bernarda Martins, disse que existem no mercado cinco indústrias de produção de cimento, estando duas delas a viver atualmente "constrangimentos muito sérios no domínio energético".

Segundo a ministra, estes constrangimentos já se arrastam desde o início do segundo semestre deste ano: "O executivo, está a tentar ajudar a que estas empresas consigam ultrapassar esses constrangimentos, para que rapidamente possam voltar a operar para não prejudicar a oferta de cimento no mercado".

Pela capacidade instalada, o setor dos cimentos em Angola é autossuficiente, o que levou anteriormente o Governo a proibir a importação do produto.

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