Lisboa –  O   Presidente  da República, João Manuel Gonçalves Lourenço nomeou esta semana mais um dirigente  que está a ser objetivo de investigação no estrangeiro por suspeita de branqueamento de capitais. Segundo apurou o Club-K, trata-se do recém nomeado administrador executivo da Sonangol,  Luís Ferreira de Nascimento José Maria (na foto) que está, desde Agosto passado,  associado a acusação deduzida pela  Procuradoria da República Portuguesa. 
 
Fonte: Club-k.net
 
Luís Ferreira de Nascimento José Maria, quadro da SONAIR,  está  envolvido no caso desta empresa de aviação da Sonangol  que de acordo com o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), de Portugal, pagou elevadas somas a TAP durante  anos (até 2013) pela manutenção aos seus aviões, serviços que nunca foi feito.
 
 
O esquema passava pela circulação de dinheiros públicos angolanos através  de entidades offshore que iam depois para as mãos de gente ligada ao universo da Sonangol, incluindo, como diz o Ministério Público português, Luís Ferreira de Nascimento José Maria, o novo administrador executivo da Sonangol, EP.
 
 
“Impõe-se concluir que os factos investigados consubstanciam a prática pelo menos pela parte de João Alves Andrade [ex-CEO da Sonair] e Luís Ferreira do Nascimento José Maria [administrador executivo] dos crimes de abuso de poder”, refere a acusação deduzida pelo Ministério Público de Portugal.
 
 
O caso Carlos Panzo: Um  peso, duas medidas 
 
 
No processo que antecedeu a nomeação dos  secretários de Estado, o titular das finanças Archer Mangueira  havia apresentado a proposta de três nomes para o cargo de   secretario de estado do tesouro que seriam,  Ciel de Aguiar da Conceição, Vera Esperança dos Santos Daves e Carlos Aires da Fonseca Panzo. O PR João Lourenço aceitou o nome de Vera Daves. 
 
 
Por outro lado, o PR aproveitou o nome de Carlos Aires da Fonseca Panzo, e o  nomeou, para o cargo de secretario para os assuntos econômicos do gabinete presidencial. Porém, uma semana após a nomeação, Panzo teve de ser demitido, porque  surgiram  informações de que estava a ser investigado na Suíça por   branqueamento de capitais. A PGR de Angola  disse em comunicado que estava ocorrente desde Março a cerca desta investigação.
 
 
Desde então foram levantadas  interrogações quanto ao critério que o novo Presidente estaria a levar na avaliação da ficha dos seus nomeados, uma vez que estavam a lhe propor nomes com cadastros comprometidos tais como aconteceu com Carlos Panzo e agora com Luís Ferreira de Nascimento José Maria.
 
 
Não há ainda informações indicando que o Presidente  da República, João  Lourenço -  que esta aplicado ao combate a corrupção no seio do regime do MPLA -  venha afastar Luís Ferreira de Nascimento José Maria da mesma forma como desmarcou-se de Carlos Panzo. 
 
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