Luanda - O diretor do Programa Africano no instituto de estudos britânico Chatham House considera que o principal objetivo do Presidente de Angola, João Lourenço, é "aumentar a maioria do MPLA em 2022" e melhorar a economia.

Fonte: Lusa

"O principal teste para João Lourenço será em 2022, nas próximas eleições, para se ver se conseguiu melhorar a economia angolana e parar o declínio do apoio ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA)", disse Alex Vines em entrevista à Lusa.

 

O diretor de Estudos Regionais e Segurança Internacional na Chatham House, o Instituto Real de Estudos Internacionais, salienta que "para realmente estar seguro, o Presidente vai ter de mostrar que pode aumentar a maioria do MPLA", e isto é, assim, "o seu principal objetivo".

 

O analista da Chatham House especializado em questões africanas, nomeadamente na análise política e económica em Angola e Moçambique, antevê que "os próximos passos de João Lourenço vão ser ver o resultado destas reformas, restaurar a confiança internacional em Angola e atrair novos investimentos".


Depois da onda de exonerações que tem sido levada a cabo nos últimos dias, "João Lourenço também está a tentar consolidar o poder, tornando-se presidente do MPLA", acrescenta Alex Vines.

 

Desde que tomou posse, a 26 de setembro, na sequência das eleições gerais angolanas de 23 de agosto, João Lourenço procedeu a exonerações de várias administrações de empresas estatais, dos setores de diamantes, minerais, petróleos, comunicação social, banca comercial pública e Banco Nacional de Angola, anteriormente nomeadas por José Eduardo dos Santos.

 

A exoneração de Isabel dos Santos, filha do ex-chefe de Estado, do cargo de presidente do conselho de administração da petrolífera estatal Sonangol, aconteceu na quarta-feira passada e foi a decisão mais mediática, seguindo-se a polícia e as chefias militares.

 

General na reserva, João Lourenço, de 62 anos, tornou-se em setembro no terceiro Presidente da República de Angola, sucedendo a José Eduardo dos Santos, que continua a liderar o MPLA, partido no poder desde a independência, em 1975.