Luanda - O Sindicato de Jornalistas de Angola (SJA) apelou hoje ao boicote da próxima sessão plenária da Assembleia Nacional, uma ação que diz "visar unicamente proteger a dignidade profissional" da classe.

Fonte: Lusa

Em causa está a expulsão, por agentes da ordem pública, de alguns jornalistasna última sessão, numa "clara violação aos da liberdade de imprensa", refere o sindicato.

 

"Em face disso, o Sindicato de Jornalistas Angolanos (SJA) apela à solidariedade dos responsáveis dos órgãos de comunicação social, no sentido de boicotarmos a próxima sessão do parlamento", refere uma carta dirigidas aos órgãos de comunicação social nacionais e estrangeiros.

 

Na missiva, o SJA recorda que a Constituição da República de Angola e a Lei de Imprensa garantem aos jornalistas no exercício das suas funções o acesso à informação ou às fontes e desse modo, todos os órgãos de soberania, titulares de cargos públicos, bem como particulares, que realizem atividades que preencham os requisitos de interesse público, estão sujeitos à cobertura da imprensa.


"Por maioria de razão, as atividades do parlamento revestem quase todas de interesse público, o que explica a presença dos jornalistas em quase todas elas, exceto naquelas de caráter interno ou vetadas ao público e por consequência aos jornalistas", salienta a carta.

 

O sindicato lamenta que o parlamento "não tem sabido interpretar a função dos jornalistas e a liberdade que essa exige, colocando todos os obstáculos possíveis no exercício da atividade desses".

 

"Confiná-los a um compartimento e sujeitá-los a um monitor, sem, no entanto, possibilidades de saberem que partido votou a favor ou contra uma proposta/projeto de lei, é uma postura que mais se aproxima a um concurso de Big Brother", queixa-se ainda do sindicato.

 

O SJA lembra que procedeu já à todas as diligências necessárias "com vista a dirimir as sistemáticas queixas dos profissionais que trabalham no parlamento", mas "a situação não se alterou".

 

"Os jornalistas exigem respeito, nos mesmos termos que estão sujeitos a deveres. O SJA agradece toda a colaboração nesta ação, que visa unicamente proteger a dignidade profissional de todos, em particular os que trabalham no parlamento", refere a organização sindical.