Luanda - O governador de Luanda, capital de Angola, pediu hoje "encarecidamente" a ajuda do Presidente angolano, João Lourenço, para pôr fim às interferências que "enfermam o ordenamento da província".

Fonte: Lusa

"Senhor Presidente da República pedimos encarecidamente a vossa prestimosa ajuda. Temos que acabar com esses males que enfermam o ordenamento da província", solicitou Adriano de Carvalho, num encontro realizado hoje na sede do Governo da Província de Luanda (GPL), que serviu para balanço da visita de campo efetuada, quinta-feira, pelo chefe de Estado angolano.

Adriano Mendes de Carvalho disse que Luanda é a província que regista maior grau de "interferência e intromissão nas suas competências" e que "bloqueiam o normal desempenho dos órgãos do GPL".

O governante angolano enumerou como alguns dos constrangimentos o facto de ativos patrimoniais imobiliários mais valiosos da província serem entregues a custo zero a gabinetes de desenvolvimento, que não dependem do GPL, exemplificando o caso da Zona Económica Especial (ZEE), detentora de vastas extensões territoriais, com polos industriais, nos municípios de Viana, Icolo e Bengo e Quiçama.

Segundo o governador de Luanda, as receitas desses polos industriais e taxas arrecadas não são revertidas ao GPL.

O dirigente de Luanda apontou ainda como preocupações a eficácia do exercício da ação governativa, a promoção da descentralização e da municipalização efetiva da província, assim como o funcionamento dos mercados informais, que exigirá do GPL maior sensibilização e organização.

Sobre o modelo de recolha e tratamento de resíduos sólidos na capital angolano, com cerca de 7 milhões de habitantes, Adriano Mendes de Carvalho considerou "completamente desadaptado para o atual momento", pelo que será criada uma comissão para a redefinição dos modelos operacionais.

Na quinta-feira, o Presidente angolano percorreu por cinco horas várias zonas da cidade de Luanda, para visitar várias infraestruturas da capital angolana, nomeadamente uma escola, valas de drenagem, centros de saúde, creches e novas centralidades habitacionais.