Luanda - “Pretendo convocar para o mês de março, que se aproxima, o recém-empossado Conselho da República, para auscultar os dignos conselheiros sobre a proposta do Executivo,[sobre as] das principais linhas de força da legislação autárquica e as acções a realizar", JLo.

Fonte: Club-k.net

Quando o novo Presidente da República de Angola, general João Gonçalves Lourenço, começou há mais ou menos 4 meses seu consulado presidencial, ele era de facto um “shooting star” da política angolana, uma espécie de “el Caudillo” de Angola. Sua frontalidade no chamar as coisas pelos nomes, ameaçava fazer desaparecer inclusive a oposição na politica angolana. Foi aplaudido, inclusive por mim. Com ele muitos esperavam ver realizar-se aquilo que com o seu antecessor não fora possível: dar um RUMO ao país. Afinal tudo não era senão um pesadelo.


Quando no final da semana passada e mostrando ser um bom jogador de “ocasião”, JLo. decidira mais uma vez testar a capacidade de raciocínio e grau de paciência do eleitorado angolano, sacando da cartola parte das palavras acima citadas, fiquei estupefacto. Como se tivéssemos curta memória e já não nos lembrássemos de um dos célebres discursos de um antigo vice-Presidente da República, hoje talvez arguído Manuel Domingos Vicente, que de “boca cheia” tapara a boca a oposição no respeitante ao tema Autarquías dizendo que elas, ao acontecer, jamais teriam lugar na legislatura recém iniciada. Afinal o mais velho sabia sim do que ele estava vaticinando, pois ele apenas foi utilizado como “boca de aluguer”.

 

Refém do seu MPLA e limitada sua acção executiva pelo Grupo parlamentar do mesmo na Assembleia Nacional(AN), JLo pouco ou nada pôde fazer senão repetir a mesma cassete de sempre: "Vamos estimular a que se realize um debate aberto e abrangente a toda a sociedade, de modo a conseguir o máximo consenso possível, ao mesmo tempo que daremos início a uma sondagem sobre as principais necessidades das populações de um certo número de municípios”. Mas que absurdo? Que debate e desde quando é que nós, sociedade civil angolana fomos tidos, achados ou consultados? Cabo Verde, tem Autarquias funcionais e efectivas sem patavina de estudos nenhuns. Moçambique, não fosse as “macaquices” do Sr. Gebuza que no final sairam-lhe muito mail, também já as teria faz tempo, mas afinal JLo pensa que terá diante de si outros 38 anos para igualar seu antecessor? Pasme-se e engane-se o diabo. . . Deus jamais o permitiria. . .


As Autarquias não constituem desafio nenhum para Angola, talvez para o MPLA por ignorar a competência de quadros e técnicos angolanos competentes de que que o país dispõe tanto no seu interior assim como na diáspora. Falta sim e apenas coragem e vontade políticas para avançarmos, de resto é “conversa para boi dormir”.


Autarquias sim, porque estamos cansados do péssimo desempenho de incompetentes Governadores Provinciais indicados e nomeados pelas listas do partido MPLA;


Autarquias sim, para que cada casa, rua, cada bairro, aldeia, comuna, município tenha luz de rede e água corrente, escolas e hospitais funcionais e apetrechados, empresas, fábricas, rede de transportes públicos;
JLo, Autarquias já e sem mais delongas!