Lisboa – O Ex- Procurador Geral da República, general João Maria de Sousa e o jornalista Rafael Marques de Morais entraram recentemente, em trocas de palavras abrindo um campo de afrontas e desafios entre as duas partes desavindas.

Fonte: Club-k.net

Tribunal mentiu sobre motivos do adiamento do julgamento 

Tudo começou quando em recentes declarações ao Jornal PÚBLICO, Marques garantiu que mantém as acusações ao antigo procurador. “Ele é corrupto”, disse, garantindo que é isso que vai dizer no julgamento que estava marcado para esta semana: “Vou lá chamar-lhe corrupto na cara”.

 

Em resposta - e através de uma mensagem partilhada por João Maria de Sousa em meios privados, e que o Club-K teve acesso - o ex-procurador terá respondido da seguinte forma: “a ver vamos aonde chegará a coragem dele. E até onde ele pensa que a razão esta do lado dele”.

 

“O meu advogado teve de viajar em serviço para o exterior e antecipadamente requereu o adiamento do julgamento ”, diz João Maria de Sousa, uma revelação que por outro lado entra em contradição com a justificação invocada pelo Tribunal Provincial de Luanda quanto as razões do adiamento do julgamento que envolve Rafael Marques e Mariano Brás.

 

De realçar que este julgamento surge em resposta a um artigo de Outubro de 2016, publicado no portal Maka Angola, com o título “Procurador-Geral da República envolvido em corrupção”. Aí, Marques denunciava um negócio de João Maria de Sousa, à época PGR de Angola, com um terreno de três hectares em Porto Amboim, província do Cuanza Sul, com o objectivo de construir um condomínio residencial. No artigo, Marques diz que João Maria de Sousa teve “o apadrinhamento do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, que lhe apara o jogo”.

 

Foi então movido um processo contra Rafael Marques e contra o director do jornal angolano O Crime, Mariano Lourenço, que deu seguimento à notícia. O Ministério Público angolano acusou ambos de “injúrias contra autoridade pública” e “ultraje ao órgão de soberania”.