Lisboa - A consultora BMI Research considerou hoje que as recentes nomeações em Angola demonstram o "empenho" do Governo nas reformas económicas, mas alerta que a capacidade para implementar as iniciativas que foram aprovadas ainda é incerta.

Fonte: Lusa

"Acreditamos que as recentes mudanças de alto nível nas nomeações e nos compromissos sobre mudanças de política são sinais do empenho do Governo relativamente a reformas económicas", escrevem os analistas, numa nota sobre os primeiros meses de João Lourenço como Presidente de Angola.

 

No documento, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas alertam, no entanto, que "apesar de as medidas sugerirem uma acrescida vontade do Governo de reformar, a capacidade para implementar com sucesso as medidas propostas permanece incerta".

 

Na visão destes analistas, a conjugação destes fatores determina uma "visão cautelosa no ajustamento das previsões económicas de longo prazo", que apontam para um crescimento de 1,8%, em média, durante a próxima década, o que compara com a média de 4% dos últimos dez anos.

 

A análise da BMI Research mostra uma visão mais otimista relativamente às perspetivas apresentadas no início do mandato de João Lourenço.

 

"Inicialmente, esperávamos que as mudanças fossem uma maneira de Lourenço consolidar o controlo, colocando os seus próprios aliados em funções de poder, mas os escolhidos foram, na sua maioria, tecnocratas competentes com experiência no Governo e em setores relevantes, defendendo reformas abrangentes, em linha com as promessas iniciais de João Lourenço", argumentam os analistas para sustentar a visão mais otimista sobre as reformas em Angola.