Luanda - Albino da Conceição a desfilar em 2017 na Marginal à frente do grupo carnavalesco União Mundo da Ilha notou logo que a iniciativa não tinha propósitos culturais, mas tão-somente mostrar ao então Presidente José Eduardo dos Santos, que além de artista plástico, é um homem, com o fito único de impressionar e mostrar que também é do grupo anazanga (filho de ilhéus), por morar numa moradia que tem de abandonar, intimado por acção dos novos proprietários da Casa do Desportista, à Ilha de Luanda.

Fonte: Club-k.net

Pelo jeito desengonçado da sua dança notou-se que o exercício desajeitado não passou duma mera acção de cosmética, destinada a fazer lembrar o presidente a mantê-lo à frente dos destinos do MINJUD. Enganou-se nas contas.

Pouco tempo depois o seu sentido desastrado e atabalhoado jeito de dirigir mal as coisas veio à tona quando em plena reunião com os líderes juvenis das associações e várias agremiações políticas teve a infeliz ideia de gracejar com a plateia que não tinha dinheiro para o Projovem, quanto mais para atender a um pedido particular do deputado Sérgio Luther Rascova, que lhe  teria soprado os ouvidos com um pedido particular de financiamento para um projecto seu.
 
Este gesto foi a gota de água que ditou o seu afastamento como titular da pasta da Juventude e Desporto, um sonho que se tornou realidade rápido, mas que se tornou pesadelo pela inabilidade com que lidava na sua acção como ministro. Albino da Conceição enganou-se redondamente ao misturar senso de humor com coisas sérias. Não era ali, à frente de líderes juvenis que devia destratar o responsável máximo da juventude do partido maioritário, mas em fórum próprio, como se diz no vocabulário político nacional.
 
Na sua acção diária, o então ministro ao invés de governar, desgovernava achincalhando os seus colaboradores directos. Não se entregava a fundo nos problemas reais do Ministério, a não ser na questão das infra-estruturas em que fazia tudo para inteirar-se e ver alguma oportunidade de negócio em que pudesse facturar e engordar a sua conta bancária, que ficou mais rechonchuda com os desvios realizados nos Jogos da Região V.
 
O Estado  angolano, mesmo com a crise desembolsou o equivalente a 20 milhões de dólares americanos, que até hoje estão por justificar, o que leva a actual titular, Ana Paula do Sacramento Neto,  a manter sob vigilância, o anterior secretário geral, Paulo Ferreira e o antigo Director Nacional dos Desportos, António Gomes, que entretanto pôs o seu lugar à disposição, indo prestar assessoria ao clube 1º de Agosto.
 
Albino da Conceição que se valia do facto de ser um dos maiores experts em Desporto no país, gabando-se até de ser o principal mentor do projecto Rádio 5 e outras infraestruturas desportivas é hoje um simples artista plástico naif que passou ao lado das grandes mudanças governativas do país, apesar de muito ter lutado para se pendurar na carruagem, até como governador provincial.  Fez tudo para dar nas vistas, chegando mesmo a pedir de joelhos ao Puto Prata para lhe incluir nos coros do semba “Juventude a brilhar”, que infelizmente perdeu o brilho por não ter a coragem de ajudar o kota Puto Prata a tirar o disco (https://www.youtube.com/watch?v=pbbqDkijkJ0), encalhado até hoje por motivos financeiros. Até aí o kota Bino se mostrou carrula (carrasco) por não ter iniciativa de ajudar um jovem com grande potencial artístico, que é Puto Prata. Rosto visível do Instituto Angolano da Juventude, Puto Prata poderia ser o porta bandeira  dos jovens artistas angolanos que lutam para produzir as suas obras. De tão bom a iludir as pessoas com factos de menor importância desportiva e política juvenil, o nosso homem era péssimo a tomar decisões e até mesmo a falar em público cometendo gafes de todo o tamanho, que o levavam a admitir em público, que não era bom de papo.

 

Para garantir uma certa modernidade ao seu consulado, rodeou-se de miúdos que fizeram tudo para esconder a sua mediocridade, com vistosos fatos e gravatas, ao invés de aprimorarem a mente com a leitura de obras técnicas sobre Desporto para darem outra dimensão à actividade rainha do exercício físico e da alta competição.


Na sua febre de gestão absoluta o “iluminado” ministro da Juventude e Desportos que dizia ser, perdeu o norte, chegando ao ponto de chocar com a sua adjunta, nas vestes de Secretária de Estado dos Desportos, no que diz respeito a competências. Com quem ele se foi meter!?... Justamente com uma recordista de mambos quentes, aquela que não leva desaforo pra casa, habituada a grandes choques frontais no Andebol, enquanto jogadora. Engoliu em seco a afronta, enquanto membro do Comité Central do maioritário foi enchendo o saco e ficou calmamente à espera de poder fazer a cama ao adversário no partido onde ambos militam e aguardou o momento para se guindar ao lugar, empurrada  pelas falhas do seu superior hierárquico.

 

As eleições ditaram o castigo maior a um governante de insucessos que teve a ombridade de renegar um princípio basilar da ciência das organizações, que é a gestão de recursos humanos.

 

Ao longo de 12 meses que durou o seu reinado, Albino da Conceição preocupou-se em diabolizar a imagem dos anteriores titulares, desde Marcos Barrica até Gonçalves Muandumba, que de forma concertada e diária tinham por missão denegrir o trabalho e a imagem do ex-ministro Gonçalves Muandumba, agora nas vestes de Governador provincial, a dar cartas da sua experiência como governante, ao serviço da nova República.

 

A denúncia da exploração desenfreada da madeira, o problema das ravinas e outros assuntos locais trazem de novo a figura de Gonçalves Muandumba, como político que faz parte de uma geração lançada por Agostinho Neto, que hoje tem por missão governar uma Angola onde os desafios são imensos.

 

No dia em que se anunciou o afastamento de Albino da Conceição houve festa rija no Ministério da Juventude e Desportos e um uff!... (até que enfim), por parte dos trabalhadores que não suportavam a sua forma de estar na governação. Que as suas pinturas o ajudem a reflectir melhor sobre as formas mais correctas de lidar com as pessoas. Sem denúncias nem sevícias do tipo fascista, como fez enquanto ministro de má memória.