Luanda - Um histórico do partido no poder em Angola, Santana André Pitra “Petroff”, disse que seria melhor se o presidente do MPLA deixasse a chefia do partido de imediato. A declaração de “Petroff” publicada no Jornal de Angola junta-se a outros pedidos feitos anteriormente por outras figuras do partido e dá-se depois de um final de semana tumultuoso para o partido no poder.
 

Fonte: Jornal de Angola

Com efeito, a agitação que vive a liderança do partido no poder em Angola esteve de novo em foco nos últimos dias na sequência de uma reunião do Comité Central em que a discussão de um congresso extraordinário para eleger um novo líder esteve em foco.
 

O rescaldo dessa reunião resultou em desmentidos de que uma proposta de José Eduardo dos Santos para a realização do congresso no final deste ano ou início do próximo ano tivesse sido rejeitada, num ataque de Isabel dos Santos (filha do ex presidente da república) ao diário estatal Jornal de Angola e num desmentido por parte do presidente da republica e vice presidente do MPLA da existência de divisões internas.
 

Na abertura da reunião do Comité Central o Presidente Eduardo dos Santos propôs um congresso para escolher o seu sucessor na chefia do partido para Dezembro deste ano ou Abril do próximo ano.
 

Eduardo dos Santos tinha anunciado a sua intensão de se retirar da vida politica este ano e a sua proposta foi recebida em alguns círculos angolanos com espanto já que tem havido movimentações dentro do partido para ele abandonar a chefia do partido o mais rápidamente possível.
 

A sua recomendação não foi aceite pelo Comité Central já que no comunicado final foi anunciado que que vão ter lugar este ano duas reuniões de “reflexão” sobre a proposta apresentada.
 

Primeiro uma reunião do Bureau Politico em Abril e em Maio outra reunião do Comité Central. Analistas dizem que isto significa na pratica que a discussão volta ao principio, repetindo-se o processo que culminou nesta controversa reunião do Comité Central.
 

O Jornal de Angola noticiou o facto sob o titulo “Comité Central rejeita proposta do líder” em que o diário disse que “esta sessão do Comité Central do MPLA não foi como o “passeio” habitual que tem caracterizado as reuniões de cúpula da direcção do partido no poder, geralmente rápidas e com comunicados em que a semântica esconde os verdadeiros problemas discutidos”.
 

O Jornal de Angola citou fontes não especificadas como tendo dito que “as últimas reuniões têm sido tensas, bastante demoradas e com abordagens profundas sobre os reais problemas que afectam o partido e o país, procurando-se uma aproximação entre o discurso partidário e de Estado, que dirige”.
 

“No conclave desta Sexta-feira, tal como na reunião do BP de segunda, o clima foi de divergências que significam a pluralidade de ideias existente no partido. Por isso não espanta que o encontro de ontem tenha consumido nove horas de discussões. Comentou-se, inclusive na apresentação de uma proposta de moção de censura ao líder, que, flexibilizando, acedeu ao pedido da realização de um congresso extraordinário, mesmo que em datas diferentes das que tinha inicialmente proposto. “Um clima pesado”, desabafou um membro da cúpula do MPLA”, acrescentou o Jornal de Angola.