Luanda - A igreja católica angolana criou cinco tribunais eclesiásticos devido aos constantes pedidos de nulidade de casamento que chegam das dioceses, disse hoje o vice-presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST).

Fonte: Lusa

Segundo José Manuel Imbamba, vão ser criados mais tribunais, como instrumentos de trabalho, para ajudar ainda a Igreja Católica a anular situações que "não ajudam o bom funcionamento das dioceses".

Os problemas mais frequentes a chegar às dioceses "têm a ver com a questão da nulidade do casamento, são muitos processos que entram, solicitando anulação do casamento", disse José Manuel Imbamba, em declarações à agência Lusa.

Há ainda casos de "sacerdotes que querem deixar o sacerdócio ou que cometeram algum delito que requeira alguma intervenção do tribunal", acrescentou.

Imbamba referiu ainda "problemas de sucessão, da falta de honestidade e transparência", que preocupam a CEAST.

De acordo com o também arcebispo da diocese de Saurimo, província da Lunda Sul, a "insuficiência de quadros", sobretudo de canonistas, levou a CEAST a agrupar, numa primeira fase, várias dioceses para formarem um tribunal, para a gestão corrente dos casos que chegam.

"São casos que são geridos especificamente por cada diocese, mas o problema é que nem todas as dioceses têm quadros suficientes para podermos erigir esses tribunais, razão pela qual tivemos que nos agrupar em várias dioceses para formar o tribunal eclesiástico", explicou.

José Manuel Imbamba referiu que os cinco tribunais eclesiásticos já criados, nas províncias de Malange, Luanda, Huambo, Lubango e Benguela, são orientados pelos bispos locais e coadjuvados por técnicos jurídicos, "canonistas habilitados como advogados para o efeito".