Luanda -  Igreja e grupos religiosos. A primeira responsabilidade da Igreja consiste no ensinamento constante e claro da fé e, em consequência disso, da objectiva verdade moral, incluída a verdade referente à moral sexual. Numa época de permissividade e confusão moral, requer-se que a Igreja seja uma voz profética e muitas vezes um sinal de contradição.

A assim chamada "ética" da gratificação individual imediata se opõe fundamentalmente à realização plena e integral da pessoa humana. A educação para a vida familiar e a inserção responsável na vida social exigem a formação para a castidade e para a autodisciplina. A pornografia e a violência generalizada tendem a ofuscar a imagem divina em cada pessoa humana, debilitam o matrimónio e a vida familiar e trazem graves danos aos indivíduos e à sociedade.
Onde seja possível, a Igreja é chamada a colaborar com outras Igrejas cristãs, comunidades e grupos religiosos, a fim de ensinar e promover esta mensagem. Deve igualmente empenhar as suas instituições e pessoas em uma acção formativa sobre o uso dos meios da comunicação social e seu papel na vida individual e social. Neste campo os pais merecem uma assistência e atenção especiais..

Por estes motivos, a formação para a comunicação deveria fazer parte dos programas educativos nas escolas católicas e em outras iniciativas educativas da Igreja, bem como nos seminários, nos programas de formação dos religiosos e institutos seculares, na formação permanente do clero e na catequese paroquial de jovens e adultos. Tanto os sacerdotes como os religiosos e religiosas que trabalham na pastoral e na educação deveriam começar eles mesmos por dar o exemplo de discernimento no uso dos "media" escritos e audiovisuais.

Por último, uma atitude de pura restrição ou de censura por parte da Igreja diante destes meios não resulta nem suficiente nem apropriada. A Igreja deve, pelo contrário, empenhar-se num diálogo contínuo com os comunicadores conscientes de suas responsabilidades. Deve animá-los e sustentá-los em sua missão ali onde seja possível e desejável. Os comunicadores católicos e suas organizações, com suas perspectivas e experiências próprias, são chamados a exercer um papel decisivo em tais conversações.

Avaliando conscientemente as produções e publicações, em função de critérios morais claros e substanciais, os críticos católicos e as organizações católicas de comunicação podem oferecer valiosa assistência aos profissionais da comunicação e às famílias. De fato, as orientações já existentes em documentos da Igreja sobre os "media", incluídas recentes tomadas de posição de numerosos bispos sobre a pornografia e a violência, devem ser tomadas em consideração e deveriam ser mais sistematicamente aplicadas.

O presente documento é endereçado às famílias que exprimiram largamente suas preocupações e aos pastores da Igreja, para convidar a uma reflexão, de caráter ético e prático, cada vez mais ampla sobre o problema da pornografia nos meios de comunicação, e para animar a todos a seguir a advertência de São Paulo: "Nao te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal pelo bem" (Rm 12, 21).


O caso angolano

A realidade pura e dura da pornografia na midia, infelizmente mora entre nós. Não poucas vezes a Folha 8 passa algumas mulheres em posições eticamente inaceitáveis. Numa das edições do Semanário Angolense e do Agora colocaram pornografia expressa na capa.

Na TV, canal 2 da TPA algumas vezes, passa filmes de alta violência e também com muita dose de pornografia, para não falar da aberração e o perigo moral que representa o Sexolândia (Cf. Cruz, D, Sexolândia, um Perigo para Saúde Moral da Nação, in F8, 28. 06. 08, Ed. 920). Por outro lado, a venda de filmes pornográficos em Angola, é feita em qualquer esquina e sem qualquer acção das autoridades competentes.

Conclusão. Ficou demonstrado com argumentos de razão e peso que a pornografia prejudica, fere a pessoa na sua dignidade de fêmea e macho. Os argumentos que apresentamos não se basearam exclusivamente na moral, mas também na psicologia moderna, na história, nos movimentos sociais, na medicina, etc. e convergiram inquestionavelmente de que a pornografia e os filmes violentos são prejudiciais a pessoas em si e tem consequências sociais graves.

Fonte: Club-k.net