Luanda - Os transportes de Angola terão de estar preparados para responder às ligações aos principais eixos de relacionamento comercial internacional, afirmou hoje o ministro dos Transportes.

Fonte: Club-k.net

Augusto da Silva Tomás teceu as considerações hoje, 22 de Março, na abertura do nono Conselho Consultivo Alargado do Ministério dos Transportes, que decorre no Lobito, província de Benguela.

O titular dos Transportes destacou a assinatura do acordo que marca o lançamento da Zona de Comércio Livre Continental (ZCLC), e do protocolo do acordo que estabelece a comunidade económica africana relativo à livre circulação de pessoas e bens no continente. "São instrumentos a que aderiram a maior parte dos países da SADC, e constitui um facto político da maior relevância, gerando uma enorme pressão sobre o sector dos Transportes no continente".

O ministro salientou que os transportes, a nível global, estão em grande evolução, tentando acompanhar os requisitos das cadeias produtivas em termos de rapidez, segurança, fiabilidade dos tempos de entrega e da frequência dos serviços.

Referindo - se aos eixos de relacionamento comercial internacional, apontou o eixo leste/oeste, que põe em contacto a América do Norte, a Ásia, Pacífico (China) e a Europa, o eixo norte/sul, dominado pelas relações comerciais entre o Mercosul, África Austral e Ásia do Sul (Índia) com a Europa, América do Norte e a Ásia/Pacífico.

ORGANIZAR A DISTRIBUIÇÃO

Segundo Augusto Tomás, as grandes empresas produtoras tendem a organizar a sua distribuição em torno de plataformas logísticas, a partir das quais podem servir um maior número de mercados com localizações que maximizem a rentabilidade das diversas fases do processo de fabrico.

Referiu que as tendências globais de desenvolvimento dos Transportes, de operacionalidade e de intermodalidade, geram outras dinâmicas não menos interessantes a nível de algumas modalidades de transporte em particular.

Como exemplo, destacou a tendência do aumento da distância média das deslocações de passageiros, associada à livre circulação de pessoas, serviços e capitais e aumentando o valor do tempo, induzindo competitividade acrescida no transporte aéreo, colocando ao sistema ferroviário desafios no domínio da alta velocidade para distâncias até 600 ou 700 quilómetros.

CRESCIMENTO DO TRANSPORTE MARÍTIMO

Segundo afirmou, continua a tendência para um forte crescimento do transporte marítimo contentorizado, associado ao aumento da dimensão dos navios nas rotas de grande intensidade de tráfego.

Esta tendência, disse, cria novas oportunidades de transporte marítimo de curta distância, se acompanhado da desburocratização dos processos aduaneiros e da informatização da exploração portuária em regiões e continentes onde se constata um investimento insuficiente e existe atraso no desenvolvimento do transporte combinado rodo-ferroviário.

"Não há desenvolvimento sem sistemas de transportes avançados e eficientes, apoiados pela logística, pela tecnologia e pelos sistemas de informação", referiu.

O nono Conselho Consultivo, aberto hoje na cidade do Lobito, decorre até amanhã subordinado ao lema Mobilidade, Desenvolvimento e Bem-Estar, levando à discussão e análise às estratégias, planos, programas e projectos do Sector dos Transportes 2018-2022.