Luanda - No ano de 2020, Angola vai realizar pela primeira vez as eleições autárquicas, de maneira gradual. A orientação foi feita pelo conselho da republica, sob presidência do chefe de estado, João Lourenço.

Fonte: Club-k.net

Nesta senda, é deveras importante percebermos as principais motivações de voto do munícipe-eleitor Angolano em eleições autárquicas.

A questão a ser levantada inicialmente, é identificar as principais variáveis que podem vir a ser o elemento preditor na decisão do voto em eleições autárquicas.

A decisao de voto em eleições autárquicas pode ser motivado por questões de Identidade cultural , interesse pessoal, posicionamento político, programa político, situação económica e motivações de afetividade.

Ao olharmos para questão da identidade cultural, percebemos que Angola é um país em que, apesar da diversidade étnica, o mosaico cultural predominante no país é Bantu. Assim sendo, e levando em consideração que o substrato cultural da sociedade angolana é 90% de origem Bantu, neste caso, a preocupação recai sobre os grupos étnicos.

Quando falamos em eleições autárquicas, obviamente que estamos a olhar para os municípios e os seus munícipes, logo, o eleitorado de um determinado município não se constitui em um todo homogéneo, mas sim em conjunto de grupos étnicos, com expectativas e interesses antagónicos em relação a eleição. Para colmatar este problema (ver desiderato), deve-se recorrer sempre da variável de segmentação. A segmentação é a essência de uma abordagem estratégica em marketing político.

A segmentação em eleições autárquicas assenta em três premissas básicas: os munícipes eleitores são diferentes, estas diferenças influenciam a na decisão de voto e os segmentos de munícipes podem ser isolados dentro do municipado.

A questão da afetividade, ou seja, a gestão dos sentimentos positivos e negativos é um elemento importante na estratégia de uma campanha eleitoral. Os eleitores da Africa Subsariana no geral e de Angola em particular tendem a votar no candidato que suscita sentimentos justos e não tanto no candidato que apresenta a melhor argumentação.

Grande maioria dos munícipes-eleitores na Africasubsariana estão dispostos a considerar apenas a essência da atividade política, já que percebem o eleitoralíssimo como ruído aleatório.

Segundo Coutinho,1990:16,cada vez mais pessoas votam de uma forma afetiva, o que leva a concluir que as eleições têm tendência para serem ganhas e perdidas no campo da emoção e não da lógica.

Para que os candidato independentes e filiados a partidos possam vir a ter o êxito desejado nestas eleições, será necessário que estes desenvolvam um produto político solido.

Segundo,O´Cass, 1996,se o produto de um candidato(partido) é desenvolvido tendo em consideração as necessidades e valores dos eleitores, e o partido entregar o produto proposto, a satisfação dos eleitores será superior. Os eleitores irão sentir uma sensação de pertença relativamente à instituição politicamente responsável.

O Produto político não é mais do que o um pacote, que contém a promessa, a imagem do candidato, a política e a memória passada.

Por último e não menos importante, vale ressaltar a importância da fidelização do Munícipe-eleitor. A evolução na forma de entender a política, os munícipes-eleitores e os candidatos, fez com que o Marketing político tivesse evoluindo no seu modus operandi, tornando-se heterodoxo nas suas fontes , dando permissão a determinados conceitos como é caso do Marketing relacional. Na opinião de Peter Drucker, O Marketing Relacional é um marketing de fidelização. A fidelização mantém o Munícipe-eleitor através da credibilidade que ele sente por parte do político candidato.

Mestre em Gestão estratégica e Marketing politico