Bruxelas - O líder do Movimento para a Paz e a Democracia em Angola diz que os angolanos devem considerar o recente apelo lançado pelo mesmo, para a formação de uma perspectiva de ajudar os Partidos políticos angolanos a ultrapassar as actuais crises. Mas antes de debruçar sobre a solução proposta, precisamos de um bom diagnóstico das evoluções inquietantes como causa principal deste sintoma, acrescentou o líder do MPDA.

Os políticos angolanos não têm ferramentas para serem visionários ou não encontram alternativas susceptíveis para a busca de soluções capazes de transcender as crises registadas no seio dos seus partidos e em Angola em geral. 


A falta de coesão, correlação, ética e cooperação entre os actores políticos, pode ser a causa fundamental que cria a desordem e a confusão no seio dos partidos políticos angolanos. 


Portanto, o MPDA através do seu líder, peça o envolvimento das diferentes classes, intelectuais, universitárias, sociedade cívil, religiosa e a diáspora angolana, na gestão de uma sociedade constructiva, leal e participativa.


O líder do MPDA acrescentou que, espera desta comunidade uma participação pluralista e maciça para o combate contra a corrupção, a desgovernação, a violência, os desalojamentos forçados e as prisões arbitrárias de milhares de cidadãos inocentes. Seja voluntário ou não, o líder do MPDA falou do ouro. Quanto o problema actual dos políticos tradicionais, é bem em regra geral, são privados estruturalmente eles próprios de meios de serem visionários. 


Os mais atentos vejam de uma forma mais sábia, a causa da desafectação que sofrem pela parte dos eleitores que exprimem o desinteresse pelo facto dos políticos terem perdido todo o sentido em relação ao curso da história. Segundo esta formação política, o abstencionismo alimenta-se da observação de que não há nada para decidir, que as dinâmicas sociais foram emancipadas sobre as possibilidades de configuração Internacional, rejeitando a política de lado do insignificante. 


Estreitando o político do cidadão actualmente, nota-se deste modo que o primeiro ministro angolano, não encontra a capacidade de conceber e de prôpor alternativas reais para a gestão no curto prazo e a prossecução indefinida das mesmas velhas receitas que sempre monstraram claramente os seus limites, quer no plano político, económico ou social. Os movimentos sociais, associações, intelectuais e cidadãos podem ajudar, participando no debate público e ouvir suas contribuições estruturais sobre as consequências económicas, sociais ou ecológicas. Os movimentos sociais, associações, intelectuais e cidadãos podem ajudar, participando no debate público e alimentando idéias políticas, mas em condição que esses dotam-se de meios estruturais para ouvir as suas contribuições.


O político angolano e os intelectuais é uma antipatia antiga. Não porque os partidos tradicionais de Angola tiveram relações digamos complexas, com o mundo intelectual. Saindo lentamente, de uma tradição da grelha ideológica da sociedade, as grandes famílias políticas têm causada par explicitamente o aumento virtiginoso da corrupção e da pobreza em Angola, conectando dinheiro e preenchendo as suas contas privadas no estrangeiro.Utilizando a influência do poder para impedir certos intelectuais competitivos. Esta é uma das razões fundamentais da antipatia entre os políticos e os intelectuais.


As grandes famílias políticas, têm muitas vezes também, centradas nos investimentos privados e do seu contributo para a competitividade das empresas familiares, subestimando e impedindo a insdispensável independência das instituições nacionais que deveriam contribuir imparcialmente na evolução da sociedade angolana. 


Obviamente com este tipo de atitude, a nossa economia e as nossas democracias caso existissem, correm o risco de comboios loucos lançados em nevoeiro. Isto é, não Falta-lhes apenas dos dirigentes, mas também das direcções. Porque são incapazes de compreender em profundidade as mudanças sociais que têm de contribuir. 


Antes de lançar apelos para a participação de intelectuais, os responsáveis políticos seriam bem inspirados a compreender as razões profundas da desconfiança real de certos cidadãos em participar na política eduardista.


Mais amplamente, deveriam interrogar-se no lugar acordado ao cidadão sobre a sua integridade territorial e na esfera política. Neste sentido, seria interessante ter uma estrutura descrevendo as causas exactas do impasse político que insola o nosso país em todas as áreas e implementadas pelos governos e pelas instituições nacionais, em particular, na tomada das suas decisões discriminatórias. 


Vimos sem dúvida, em relação a outros estados Africanos sem recursos naturais comparáveis a RDCongo e Angola, as autoridades publicas angolanas têm ainda muitos caminhos a realizar, tanto na criação de uma previsão fiável dentro do governo, ou quer na utilização abusiva do poder político e no estabelecimento de células dignas, fiáveis, livres e democráticas no seio das administrações ou ministérios. 


O debate produz a mudança, isto é, a intervenção do Presidente do MPDA interpela num outro título, aquele da compreensão do papel dos partidos na preparação do futuro do nosso país. Pois render ao político a sua dimensão visionária, não implica tanto de fazer apelo aos bons samaritanos, ao bom momento, a não de criar condições de um debate público de qualidade. Uma imprensa realmente independente dotada de meios apropriados de investigação, permitindo-a de assumir plenamente o seu papel de contra-poder, esta é uma condição necessária. Mas o espaço público deve ser igualmente alimentado dos debates que engajam as diferentes visões da sociedade, transcritas por actores coletivos. Sem este confronto, sem a participação dos cidadãos e dos movimentos sociais no processo de mudança, as reformas apresentadas pelo vários actores políticos angolanos, riscam muito bem de não ultrapassar o estado das declarações de intenção, a ênfase não é suficiente para mobilizar a sociedade.

 

Em sua defesa, reconhecemos que ela não efectivamente fácil  de articular gestão pública e participação social na vida política. Na verdade, têm à cada, diferentes temporalidades, a curto termo de actualidade política e o longo termo da vida social. E elas operam em princípios diferentes: os objectivos de gestão têm tendência a definir a agenda política em função da sua actualidade e das suas próprias obrigações, o que é altamente motivador. Não é questão de misturar (milho com feijão), mas se os partidos tradicionais “de massa” chegaram ao acordo até uma certa época, foi por causa de um preço exorbitante da pilharização e do clientismo. 

 


Felizmente, esta mola enfraqueceu gradualmente conforme evidenciado no fundo, a proliferação de "negócios" mas é substituído por uma organização de máquinas eleitorais permanentes, marketing mobilizando o eleitorado de um modo aclamativo, o que realmente reforça mais o fosso entre o cidadão e o político.


O papel dos partidos é articular a gestão e participação, urgência e prospectiva. Mas uma outra via é possível para articular a gestão e participação, urgência e prospectiva. A creação pelos partidos de ferramentas especialmente dedicadas a respectiva obra. 


O sistema político em Angola não funciona: a imprensa tornou refém do eduardismo; a televisão e a rádio estatais tornaram propriedade privada da família dos Diábos; as populações sofrem de desalojamentos forçados: a Constituição nacional é dependentemente de José Eduardo dos Diábos; as eleições dependem de José Eduardo dos Diábos; as empresas estatais tornaram património da família presidencial. As nossas irmãs são violadas em troca do emprego; o angolano é torturado, encarcerado, estrupado, asfixiado e baleado.


O que espera-se de uma Angola dirigida pelos criminosos?

Qual é o papel dos Partidos políticos? O levantamento de envelopes ilícitos e a traição dos verdadeiros defensores?


Refletem sobre isso, caso não terão o mesmo destino.


Massunguna da Silva Pedro

Presidente do MPDA (em asilo) 
Fonte: Club-k.net