Luanda - O Semanário Angolense sabe que a renovação nunca ultrapassará os 45% dos membros do Comité Central, devendo os restantes 55% manterem-se intactos (ver caixa). Esta é a banda em que o presidente do partido se guiará,quando a lista chegar à sua mesa. Mas sejam quais forem os nomes propostos, no final será ele a decidir quem entra e quem sai.

Delegados ao Congresso não terão a faculdade
de decidir individualmente sobre os candidatos

Ou seja, quando o presidente concluir esse processo, a lista que será finalmente submetida ao congresso para ser eleita pelos delegados do congresso estará «bloqueada». Isto quer dizer que os delegados não terão a faculdade de decidir individualmentesobre os candidatos, mas votar a lista inteira.


Este princípio de «lista bloqueada» funciona como um dique que salvaguarda, fundamentalmente, a posição do Presidente do partido. Só se ocorresse um «tsunami» político é que os delegados votariam inteiramente contra a lista. É um cenário de todo em todoimprovável.

No fundo, todo o processo de renovação de mandatos noprincipal partido do país está envolto numa mecânica em que a democracia é apenas de fachada. O modelo afasta liminarmente as candidaturas múltiplas para a liderança do partido e mesmo em relação aos demais cargos de topo a rotatividade será sempre mínima e ditada pela vontade dos «barões» dessa organização política.

O MPLA é, por sinal, o partido que no universo dos países africanos lusófonos não fez progressos nessa matéria. Praticamente todos os «partidos irmãos», do PAIGC , FRELIMO ao MLSTP, já realizaram mudanças dos seus líderes máximos, menos o partido no poder em Angola, que se tem reclamado o mais influente de todos eles.


Fonte: SA