Lisboa - Augusto da Silva Tomás, até pouco tempo ministro dos transportes esteve na sexta-feira (27), a prestar esclarecimentos  na Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP) da PGR, a margem de  um processo que está a ser conduzido pela instrutora Petra Romana Timóteo Correia.

Fonte: Club-k.net

Em causa, estão os resultados de uma inspeção feita às empresas públicas do sector dos transportes que foram reencaminhados para o ministério público. Os principais gestores destas empresas tem sido ouvido sob termo de identidade e residência, de que resultou no confisco dos seus passaportes. Tomás foi ouvido por ter sido o responsável máximo deste departamento governamental.

 

A convocatória ao ex-ministro  acontece numa altura em que terá manifestado, a direção do MPLA, disponibilidade para tomar assento a Assembleia Nacional na qual foi eleito das eleições de 2017. Ao tomar posse, passara  também a gozar de  imunidades que terão de ser levantadas caso a procuradoria, achar que deve  tornar a  chama-lo para esclarecimento.

 

Por outro lado, em meios que acompanham o assunto, interpretam que numa altura em que o Presidente João Lourenço revela-se desencantado por este antigo ministro dos transportes, uma eventual condição de arguido - embora admita-se ausência de matéria o incriminar - poderá ser aproveitada para o seu subsequente afastamento do Bureau Político na restruturação a ser feita depois do congresso em Setembro.

 

Desde a saída de Eduardo dos Santos no poder, o economista Augusto da Silva Tomás é o segundo membro do BP do MPLA a ser chamado pela procuradoria. O primeiro foi Norberto Garcia. No passado, o antigo Presidente não admitia ter os seus colaboradores expostos aos órgãos de justiça, por esta razão o jornalista Rafael Marques a escreveu que Eduardo dos Santos protegia os corruptos. Em resposta, o então PGR, João Maria de Sousa abriu-lhe um processo de crime “contra a segurança de Estado” por alegado “ultraje a órgão de soberania”.