Luanda - Os quatro primeiros meses de 2018 constituíram, para a produção e exportação de diamantes angolanos, uma janela que permite, desde já, vislumbrar o “brilho” acentuado resultante de um aumento da demanda e do preço médio por quilate.

Fonte: AN

Um relatório especializado a que esta publicação teve acesso não deixa dúvidas: o preço médio do diamante por quilate conhece uma subida considerável, contrariando, fortemente, a tendência de derrapagem dos últimos três anos. O quadrimestre de 2018 é, relativamente a este quesito, um marco incontornável. Entre os meses de Janeiro e Abril, conforme consta do relatório mencionado, o mercado nacional consolidou a tendência de forte crescimento, registando um aumento da produção, demanda e receitas da maioria das categorias e qualidades das gemas.

De uma forma geral, as previsões baseiam-se no registo, no início de 2018, de uma melhoria no mercado internacional de diamantes na ordem dos 7 e 10 por cento. Este facto constitui, à partida, um claro indicador da tendência recuperadora e de um acentuar dos indicadores positivos uma vez comparados com os números dos últimos três anos. Quando for publicado o relatório referente ao mês de Junho, seguramente vai confirmar a tendência de alta demanda de diamantes em todas as suas categorias e qualidades, havendo, todavia, uma perspectiva de queda para as pedras de menor dimensão, decorrentes da exploração artesanal.


Seja como for, o curso actual de crescimento segue, com efeito, os sinais de recuperação obtidos logo na terceira semana do mês de Janeiro de 2018, altura em que foi registada uma subida de 6 por cento da demanda para as pedras de 2 e três 3 quilates. Do mesmo modo, as demais categorias e qualidades foram, desde então, conhecendo aumentos consideráveis, algumas em maior e outras em menor percentagem, tendo o resultado contribuído para consolidar o actual cenário de optimismo generalizado de crescimento do mercado diamantífero nacional.


Mais realista que meramente optimista, o relatório indica que a estabilização do valor médio do quilate de diamante, nas suas principais categorias e qualidades, vai manter-se ao longo de todo o ano de 2018, o que, à partida, constitui uma lufada de ar fresco para uma indústria que, há três anos, debateu-se com uma redução consecutiva da demanda. Confirmando a tendência positiva, espera-se que, entre Maio e Dezembro de 2018, ocorra um aumento de mais de 4 por cento, para a produção, em termos de volume de quilates, sendo que, para as receitas, se estima um crescimento de mais de 6 por cento. Note-se, portanto, e tal é devidamente realçado no relatório, que estas estimativas são justamente coincidentes com as taxas de crescimento mensal registadas no período decorrente entre Janeiro e Abril de 2018.


Recuperação estende-se até ao final do ano


A perspectiva de produção angolana de diamantes, referente ao ano de 2018, está rapidamente a aproximar-se dos picos de 2014, altura em que os índices apontavam para uma média anual de 9 milhões de quilates, traduzidas em receitas de quase 150 milhões de dólares. Tais contas têm como base de cálculo os números obtidos ao longo do primeiro quadrimestre de produção, o que, a partida, é indicador suficiente para antever a evolução da produção e receitas durante todo o ano.


Assim, a produção diamantífera angolana nos primeiros quatro meses do ano corrente foi de 2,74 milhões de quilates, devendo, no final do ano, fixar-se à volta de 6,4 milhões de quilates. Ao nível de receitas, estas cifraram-se, entre Janeiro e Março de 2018, em 366,25 milhões de dólares. As previsões apontam para a obtenção de receitas de 959,88 milhões de dólares, entre Maio e Dezembro de 2018.


Um todo-poderoso senhor Catoca


Não obstante as dificuldades registadas em 2017, a exportação de diamantes, relativamente a este ano, andou acima dos 9 milhões de quilates, bem perto dos 10 milhões de quilates. Em termos de produção exportada, deve dar-se nota do elevado peso do kimberlito de Catoca, na província das Lunda Sul, que representa a nada módica cifra de 84,8 por cento. Ao nível das receitas resultantes da exportação, estas andaram acima dos 1000 milhões de dólares, com a mina de Catoca a representar 61,3 por cento das vendas no exterior.


Dubai consome 92 por cento dos diamantes angolanos


Grande parte dos diamantes angolanos exportados, 92 por cento, provém da produção industrial, sendo que a produção artesanal que, ademais, conhece uma acentuada queda, representa apenas 8 por cento. Angola exporta essencialmente para os Emirados Árabes Unidos, que absorvem 70,19% da produção, enquanto um pequeno grupo de quadro países, nomeadamente, a Suíça, a China, Israel e Bélgica consomem 29,81 por cento.