Angola – As autoridades suíças descongelaram cerca de 60 milhões de dólares, de 210 milhões que foram congelados no âmbito de uma investigação por suspeitas de lavagem de dinheiro, alegadamente desviado do Fundo Soberano de Angola e do Banco Nacional de Angola.

Fonte: Reuters

Por suspeitas de lavagem de dinheiro


A informação foi avançada esta sexta-feira, 13, pelo gabinete do Procurador-Geral da Suíça (OAG, na sigla original).

Em causa, está uma investigação iniciada em Abril na sequência de denúncias de que os activos detidos pelo BNA e pelo Fundo Soberano de Angola no país, estariam a ser desviados.

As suspeitas desencadearam várias buscas no passado mês de Maio, adiantam os investigadores suíços, que, nessa altura, passaram a pente fino as instalações da Quantum Global, empresa presidida por Jean-Claude Bastos de Morais, o antigo homem-forte de José Filomeno dos Santos, "Zénu", na gestão do Fundo Soberano.

Embora as diligências continuem em curso, o gabinete do Procurador-Geral da Suíça indica que dos 210 milhões de dólares congelados no âmbito da investigação, 60 milhões afectos ao Fundo Soberano já foram libertados.

O descongelamento dessa verba, esclarece o OAG, decorre do facto de as autoridades terem excluído a possibilidade de esse valor poder vir a ser utilizado por terceiros, não autorizados para o efeito.

A notícia surge depois do encontro entre o Procurador-geral da República de Angola, Hélder Pitta-Gróz, e o seu homólogo suíço, Michael Lauber, realizado esta semana, para preparação da assinatura de um protocolo de cooperação em matéria penal.

A investigação suíça envolvendo activos do Fundo Soberano e do BNA sucede a investigações no Reino Unido e nas Maurícias, também traduzidas no congelamento de milhões de dólares.