Lisboa – A reação de Isabel dos Santos de imitir, no inicio desta semana, um comunicado admitindo levar o Estado angolano a Tribunal, foi na sequencia de um mal sucedido pedido de audiência com o Presidente da República, João Lourenço, que a deixou áspera.

Fonte: Club-k.net

JES favorecia a filha com contratos bilionários 

A empresaria que se queixa surpreendida com a revogação dos contratos envolvendo as suas empresas, queria ser recebida no inicio desta semana a fim de tratar tema ligado aos seus negócios. Contudo, foi lhe transmitida a indisponibilidade do Chefe de Estado, ao que terá entendido como  “falta de vontade” de João Lourenço em recebe-la.

 

Porém como medida que acredita ser último recurso, a filha de José Eduardo dos Santos, fez sair através da sua empresa Atlantic Ventures um comunicado admitindo a via judicial para contrariar a decisão tomada por João Lourenço.

 

"A revogação da referida concessão, agora comunicada, tem um carácter expropriatório nos termos da lei angolana e da lei internacional. Com a decisão infundada de revogar a concessão, o Estado Angolano fica exposto ao pagamento de indemnizações previstas pela lei angolana e pelo Direito Internacional, o que implica custos adicionais para o Estado e, portanto, para o contribuinte", explica a empresa.

 

A Atlantic Ventures é uma empresa fantasma criada aos 13 de Junho de 2017. Dois meses depois da sua constituição, o então Presidente José Eduardo dos Santos, emitiu uma garantia de Estado de 1.500 milhões de dólares a favor da construção, do novo porto da Barra do Dande, por parte da empresa da filha. Apesar de ser uma empresa nova e sem experiência, o antigo Presidente favoreceu a empresa da filha sem a devida realização de concurso público.

 

No mês passado, o actual Chefe de Estado através do Decreto Presidencial n.º 157/18, que o Club-K teve acesso revogou o contrato, “por não ter cumprido com os preceitos legais estabelecidos na Lei n.º 9/16, de 16 de Junho, dos Contratos Públicos”, conforme justifica o documento.