Brasil - Começo esse artigo reafirmando  e ratificando o que disse no texto anterior. E ainda, moralmente, a pesar dos pesares, dando meu apoio completo  ao GPL, Governo Provincial de Luanda. Sobre as dificuldades do GPL em lidar com a população se pudermos falaremos numa outra ocasião. Também espero, sem ansiedade, mas relaxado um suposto Processo contra a pessoa do autor deste artigo.

O País das Aranhas (X)

A defesa dos direitos humanos não se faz  com a desobediência  e o ódio contra as instituições do  Estado que, precisamente, têm condições de garantir  os mesmos direitos.  A Oposição  Angolana &  Família, gostem ou não do MPLA e  dos seus dirigentes, devem engolir que o Estado Angolano é, sim, um estado democrático, mesmo com todos os defeitos. Onde está escrito que uma SOS Habitat ( ou até mesmos a famosa Human Rigths Fondation, fundada por Rolnado Reagan), uma ONG, tem condições de garantir os direitos humanos em Angola ou em qualquer uma das nações que existem por   aí? Ou já se esqueceram que ao longo desses trinta anos  quem melhor pude defender as populações é o Estado e o Governo Angolano encabeçado pelo MPLA. Onde estavam as ONGs quando a UNITA e os mercenário ocidentais  dizimavam as populações Angolana em todo país? Por que quê uma simples ONG deve estar acima das leis estabelecidas pela nação e o seu  Povo, pelo próprio Estado e pelo desejo popular?


Querem falar sobre xenofobia e racismo!? Podemos falar, há espaço demasiado para isso, papel não falta! Até aqueles arquivados pelo colonialismo português que neles estavam estampados os projetos de discriminação racial e étnica,  que consistiam em dar preferências as populações mestiças  geradas pelo fenômeno  colonial ao longo dos quinhentos anos de escravidão e humilhação nas colônias portuguesas. E falando em humilhação, é precisamente no final da primeira metade do Século Vinte que a população caboverdiana  foi vista e selecionada pelos seus progenitores de origem européia ( esses a maioria portugueses) como a assimilação africana da civilização branca européia. E muitos deles foram usados como verdadeiros colonos para darem continuação na obra iniciada por Diogo Cão,  Paulo Dias de Novais e Salvador Correia. Longe de ser um argumento ou um pretexto  possível que incentive o racismo contra os nossos irmãos ou primos  mestiços, é uma verdade a não ser esquecida pelos historiadores. Sei que não sou historiador, sou um  mero fazedor da historia, e uma das maneiras que me tocou a mim fazer a história  da minha geração, é precisamente recordar a história para que fatos antigos não se repitam, ainda que sejam de maneira diferente e com outra conotação.


Em 1975 a corda daquele projeto racista de assimilação e humilhação, onde o nativo africano era sempre o último na escala, rebentou. Faço recordar para os esquecidos: Primeiro vinha o branco português, depois os mestiços  da terra, em terceiro lugar os caboverdianos ( ou todos os mestiços do restos das colônias ou mesmo de outras dimensões) e só assim vinha o preto africano ou em particular o Angolano. É ridículo acusar alguém de racista ou xenófobo, porque se põe alertar as pessoas sobre um passado repugnante e que tenta apresentar-se como defensor do presente. Isso vale para aquela  ONG fundada pelo Ronaldo Reagan, o homem que mais financiou a UNITA,  odiava Nelson Mandela mesmo na prisão e declarou-se fanático de Jonas Malheiro Savimbi!

Vamos tentar fazer recordar e demonstrar até onde determinadas manifestações de ódio contra o partido no poder, o MPLA, está sempre refletida no aparecimento fantasma das ONG que se proliferaram em todo país e no surgimento até de alguns  partidos políticos de oposição. Como ia dizendo, com a independência de Angola, e não só desta nação, vários interesses sociais e políticos romperam-se, os privilégios para muitos grupos sociais tidos como preferências para os colonos portugueses desabaram. Ao ponto de todos esses grupos perderem riquezas, patrimônios e fortunas. Aqui mesmos no  Brasil não é difícil ver as manifestações de lamentos  de ex-colonos que “perderam as suas supostas fortunas”, aqueles ex-colonos que residiam em Angola, antes da independência, reclamando e queixando-se das suas fortunas e patrimônios que perderam no país, ou seja, fortunas que passaram em mãos nativas a pós a independência.


E como não podia deixar de ser essa turma vive culpando o MPLA e os Comunistas por essa perdida. O resto da história muitos de vocês já sabem: guerras financiadas pelo chamado mundo Ocidental e  internamente protagonizadas por Savimbi e os seus  homens. Mas é  fácil notar que  na multidão de perdedores não estão só os portugueses – está a banda colorida dos privilegiados,  ao menos assim sempre se acharam.  E nesse espectro de reacionários não são poucos os que odeiam o MPLA. Nesse ódio muitos deles não hesitariam em receber dinheiro e propostas para mostrar ao MPLA que o diabo, mesmo depois de trinta anos, continua de pé e vivo. E não só, que por ironia, o próprio MPLA foi possuído pelo mesmo e o que resta dele é uma questão de tempo. É aí, nesse contexto do passado, que muitas ONGs são introduzidas  no país e financiadas  a qualquer custo  e preço com o objetivo de recuperarem  um suposto patrimônio perdido pela turma dos colonos, dos racistas, dos privilegiados, e daqueles que acham que os nativos africanos – não importa a época e a maneira- devem continuar a serem roubados e explorados pelo mundo Ocidental ou em particular a Europa.


 Não é difícil ver uma relação com o passado  e com  toda essa gente: cooperantes privilegiados, herdeiros mestiços que tudo conseguem de um dia para o outro, ONGs, partidos políticos, os políticos com línguas afiadas despejando todos os seus ódios, às vezes, em cima de uma nação e de um povo que tem como  seu grande protetor o partido no poder; e no fim de tudo um Povo confuso no meio dessa  luta.  Não é difícil notar que a região em que vivemos quando tenta suspirar progresso aumenta o conflito de interesses que veem de todas às partes, às vezes, a  ambição e o oportunismo é sustentado pelo próprio nativo: é nisso que reside o caráter reacionário da UNITA, o surgimento e a proliferação das ONGs.


A pergunta é: vocês acham que essas ONGs e a própria UNITA  que  andou  massacrando as populações nas matas hoje têm condições de cuidar dessa nação? De  dar proteção aos angolanos diante da cobiça das nossas riquezas pelo Ocidente e o mundo afora, diante do Capitalismo selvagem e destruidor? Que não seja por um Estado muito bem estruturado,  fundamentado e dirigido por um partido de esquerda e que saiba, além de tudo, preservar a  Unidade Nacional. Baseado no princípio de que esse país em construção é uma Obra de pessoas humildes e para os  humildes ( Operários e Camponeses) e onde a burguesia – se quiser- só é convidada a participar. Isso não é uma alternativa, é o único caminho possível para sairmos da miséria e render homenagem aos nossos antepassados, que se debateram ao longo desses quinhentos anos contra a escravidão  e contra o colonialismo.


Querem mais!?  Tem gente preocupada com o meu estado ou condição. Sobre isso falo no próximo artigo, se eu recordar  e estiver bem de espírito e alma! Por que é difícil estar, muito menos quando existem milhões de seres  nessa situação aí em que vocês estão!

 

-- Nota: Consulte --
* Últimos artigos/relacionados publicados: - Nelo de Carvalho no Club-k

Nelo de Carvalho/Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
Fonte: WWW.blog.comunidades.net/nelo