Toronto - Sob o lema “Respeitemos os heróis para valorizar a nossa história”, as comunidades angolanas nas cidade de  Edmonton, Toronto, Montreal  e Otava, em parceria com a Embaixada angolana no Canadá realizaram actividades de carácter político-cultural, durante o final de semana  em homenagem ao primeiro Presidente de Angola,  Dr. António Agostinho Neto.


Fonte: Club-k

“Renúncia Impossível” e “Havemos de Voltar”

“A figura de António Agostinho Neto é indissociável da história da independência do País”, lê-se no documento oficial enviado ao Club-k  pela embaixada angolana no Canadá e que transcrevo na íntegra:

MENSAGEM PARA A CERIMÓNIA ALUSIVA AO DIA DO HERÓI NACIONAL DR. AGOSTINHO NETO
                                          

Sr. Presidente da Associação,

Distintos Membros da Associação da Comunidade Angolana no Canada,

Minhas Senhoras,

Meus Senhores,

Ilustres convidados e

Caros Compatriotas


Antes de nos debruçarmos propriamente sobre o “Dia do Herói Nacional”, que hoje se comemora sob o lema “Respeitemos os heróis para valorizar a nossa história”, em homenagem ao primeiro Presidente de Angola, Dr. António Agostinho Neto, queremos aqui agradecer a Direcção da Associção pelo convite endereçado a Embaixada de Angola no Domínio do Canadá, para participar nesta actividade político-cultural.


Sr. Presidente da Associação,

Distintos Membros da Associação da Comunidade Angolana no Canada,

Minhas Senhoras,

Meus Senhores,

Ilustres convidados e

Caros Compatriotas


O Dr. António Agostinho Neto foi o primeiro Presidente de Angola e nasceu em 17 de Setembro de 1922, no Icolo e Bengo, a 60 quilómetros a norte de Luanda, e morreu em Moscovo, capital da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), a 10 de Setembro de 1979, por doença.


Agostinho Neto foi preso pela PIDE-DGS, antiga polícia política portuguesa, e deportado para o Tarrafal, Cabo Verde, sendo-lhe fixada residência em Portugal, de onde fugiu para o exílio. Aí assumiu a direcção do MPLA, do qual já era presidente honorário desde 1962.


A figura de António Agostinho Neto é indissociável da história da independência do País, pelo que urge estudar de forma cuidadosa, a sua vida e obra para a posteridade. É impossível falar da independencia de Angola sem mencionar o nome de Agostinho Neto devido ao seu vulgar dinamismo, à sua capacidade de trabalho que o caracterizou até a hora do seu desaparecimento físico. Foi incansável na sua participação pessoal para resolução de todos os problemas relacionados com a vida do Partido, do Povo e do Estado.   

   
As gerações vindouras deverão seguir o exemplo do Saudoso Presidente Dr. António Agostinho Neto, porque ajudará na exaltação do patriotismo à medida que as pessoas forem tendo contacto com os feitos do Fundador da Nação.


Como é evidente, o reconhecimento a Neto impunha-se, pelo facto deste ter-se batido, incansavelmente, para a libertação do povo angolano do jugo colonial português, e para a criação de condições económicas e sociais capazes de garantir o desenvolvimento, reconhecimento e o respeito do país à nivel internacional.


O Presidente Neto considerava de vital importância para o progresso da Humanidade e sobretudo a nível africano, o estabelecimento de uma nova ordem económica internacional, e particularmente a cooperação regional e continental em África, plataforma segura para a manutenção de relações económicas e justas com os países industrializados.


Agostinho Neto desenvolveu várias actividades enquanto Chefe de Estado, dentre elas o impulso para a união dos povos, em que englobava todos os angolanos de Cabinda ao Cunene e do Mar ao Leste, bem como a proposta a de Integração Regional.


Os presentes, sobretudo os jovens, puderam entender melhor o carácter patriótico de Neto, evidenciado pelo seu amor ao próximo e preocupação constante para com os mais desfavorecidos manifestadas na celebre palavra de ordem: “O mais importante é resolver os problemas do povo”.


Sr. Presidente da Associação,

Distintos Membros da Associação da Comunidade Angolana no Canada,

Minhas Senhoras,

Meus Senhores,

Ilustres convidados e

Caros Compatriotas


Agostinho Neto, tido como um homem de cultura e de poesia, fez parte da geração de estudantes africanos que viria a desempenhar um papel decisivo na independência dos seus países, naquela que ficou designada como a guerra colonial portuguesa.


O Fundador da nação angolana juntou-se à luta literária, militar e diplomática, tendo resultado no enfraquecimento do império colonial português e na luta pela independência do país e da descolonização de África. A libertação da Namíbia, do Zimbabwe e a supressão do sistema de apartheid então vigente na África do Sul, foram algumas das exigências defendidas por Neto.


É assim que nos seus poemas “Renúncia Impossível” e “Havemos de Voltar”, Agostinho Neto focou aspectos da Independência e autonomia dos povos, denunciando e reivindicando as aspirações mais profundas dos angolanos e africanos no geral.


O saudoso Presidente Agostinho Neto propunha nos seus poemas e estratégias políticas, a unidade de toda a África, o reagrupamento das diferentes etnias, divididas pelas imposições dos colonizadores, bem como a valorização do uso das línguas e dialectos africanos, proibidos e limitados pelos europeus.


O exemplo dos seus poemas são bem a prova da sua convicção e, ao mesmo tempo, da recusa frontal da primeira negritude.


A justeza das concepções de Agostinho Neto, hoje mais do nunca actuais e actuantes, constituem motivos de reflexão e acção na unidade africana e base sobre a qual assentará o fortalecimento das relações multilaterais entre os países.

 

Bem Haja!

Muito Obrigado.