Lisboa – Uma Colecta de dados concretos trás indicadores prenunciadores da falta de confiança entre membros do regime angolano. O levantamento de dados  é no geral reflexo da atitude que denotam nos locais onde freqüentam e a repercussão da atitude dos mesmos em fóruns opositores e sociedade civil em geral.


Fonte: Club-k.net

Ninguem confia ninguem 

Por exemplo, o palácio presidencial que deveria ser o sitio que lhes deveria transmitir mais confiança é o local que mais temem ser alvo de anomalia. Nas cerimônias de fim de ano, muitos emitem sinais de não a-vontade sobretudo na hora da refeição. João Lourenço ao tempo que estava convencido que seria o sucessor de JES, não comia em qualquer sitio. Quando ia aos convívios, levava um elemento da sua “guarda presidencial” nas festas para testar a comida antes de ele comer.

 

Outros exemplos concretos a saber, a cerca da “falta de   confiança” que caracteriza o regime do MPLA

 

- JES não confia em ninguém do regime; quando vai a casa de gente próxima  leva a sua própria bebida/mantimento; no ano passado esteve em casa da filha Isabel dos Santos para presenciar o aniversario de um dos netos e a comida  encomendada (gelado para os miúdos) passou antes por uma maquina para testar acides dos mesmos e outros procedimentos.

 

- Manuel Vicente, PCA da Sonangol opta, em alguns casos em não comer, comida da cozinha especial destinada ao conselho de administração no novo edifício da petrolífera;  denota ter mais confiança no  refeitório para os trabalhadores em geral; No trajecto casa-trabalho  faz se acompanhar de uma discreta escolta “presidencial”, quase nunca notada.

 

- Desidério  Costa, ex Ministro dos Petróleos,  quando ia a sua fazenda na funda não comia, apenas aceitava mantimentos vindos da  casa de uma prima que mora naquela zona

 

- Bento Bento, líder do MPLA em Luanda,   não come em cerimônias partidárias ou semelhantes com receio de que seja alvo de envenenamento, medida esta baseada no precedente que o forçou a poucos anos, a ser evacuado para o Rio de Janeiro.

 

- O antigo Primeiro Ministro França  Van Dunem não aceita bebidas cuja garrafas não foram abertas a sua frente. Quando vai algum sitio, opta por pedir vinho verde

 

- O Director da DNIC, Eduardo Cerqueira quando vai a uma cerimônia ou actividade nunca é o primeiro a servir-se, e nunca usa o primeiro prato que encontra, opta pelo  terceiro prato agrupado no buffet   

 

- O actual Governador de Cabinda, Anibal Rocha  não toca na comida sem antes os seus serviços de segurança particular darem o “oK”. Este serviço é  muita das vezes coordenado por um parente seu que ocupa um importante cargo no Governo Provincial (diretor do gabinete do plano e estudos estratégicos).

 

- O responsável do SIE, na embaixada de Angola em Berlim, Sebastião Lopes,  quando dança, em festas,  tem sempre o copo não mão (mesmo que for ao WC leva consigo).

 

- O assessor presidencial, Andre Pitra “Petroff” quando vai a festas de amigos é capaz de largar o copo em qualquer mesa mas em contrapartida da  instruções ao guarda para não tirar os olhos de La. Em casa de familiares directos é mais a vontade

 

- Fernando Miala ao tempo DG do SIE, demitia ou suspendia  o operativo que fosse apanhado a beber cerveja em roletes em Luanda;

 


- No Gabinete do General “Kopelipa” recusam  integrar  elementos que já trabalharam no "office" do  Chefe dos Serviços de Inteligência Militar (SIM), General José Maria

 

- Um especialista em finanças, Cruz Lima, quando foi indicado membro da assessoria econômica  presidencial, só começou a freqüentar o palácio  presidencial depois de seis meses; antes operava nas antigas instalações do  futungo.

 

- O Antigo Vice-Presidente do MPLA, Pitra Neto, não era recebido a certa altura, viu o seu poder administrativo reduzido e transferido para o SG, Dino Matross, a quando a estrapolação da detenção de Fernando Miala de quem era próximo. Em reação a “falta de confiança” apresentou demissão  alegando motivos de saúde.

 

- Roberto de Almeida quando pretende por em marcha  um pedido a um colega do regime nunca faz por intermédio de bilhetes sob alegação de que os seus colegas podem um dia fazer uso dos mesmos para estampar nos jornais quando o quiserem combater

 

- Isabel dos Santos recusa que a UNITEL entre em cooperação com a segurança de Estado sob alegação de que o seu próprio telefone venha também a ser grampeado (Alegação atribuída a  mesma,  quando interpelada sobre o assunto pela antiga direção da Secreta)

 

- O  General Zé Maria, em algumas ocasiões  adopta medidas de disfarce na rua/estrada, no lugar do seu carro  volvo chega as vezes a conduzir uma  viaturas antiga  marca “Passat” de difícil identificação da sua pessoa.

 

 - O Histórico Lopo do Nascimento  quando viaja  por questões de saúde a certo país da Europa (nome  ocultado por motivos de preservação) opta por  fazer escala em Johanesburgo  para despistar as atenções; não leva mala consigo

 

-  José Leitão, antigo Chefe da Casa civil estende a sua atitude de desconfiado ate no  estrangeiro. No ano antepassado esteve na África do Sul e andava  rodeado de cerca de 5  guardas de uma empresa de segurança local , No ano passado  foi apadrinhar um casamento nos EUA (da filha do ex diplomata  Francisco da Cruz) e andava naquele país com cerca de 10 seguranças

 

- Ministro da Defesa, Kundy Paihama não confia nos seus colegas do governo. Na primeira semana de Setembro deu uma crise no Lubango e evacuado para o hospital militar daquela localidade, ao invés de informar ao governo provincial na pessoa do Governador, confiou a informação a um  sobrinho seu Virgilio Tyova, antigo responsável do SINFO, colocado na província como administrador do Lubango.

 

- A representante da ANIP em Washington,  Maria Luisa Abrantes “Milucha” não recebe qualquer diplomata/pessoa em sua casa sob suspeita de que esteja ligado aos serviços de segurança ou a figura do ex DG, Fernando Miala que denota não  ter simpatias

 

- A antiga financeira da embaixada angolana na Alemanha, Rosa  Bequenque,  quando fosse a uma casa e ficasse a saber que o seu colega, Guido  Castelbranco estivesse La, acabava por não ir e vice versa. Guido herdou o precedente do caso de um colega que fora alegadamente envenenado no Zaire, onde trabalhou, depois de insinuações desencontradas do cozinheiro que estava desentendido com o mesmo.

 

Repercussões do ambiente de desconfiança do regime  trazidas em meios da oposição política  


- O Líder da UNITA, Isaias Samakuva não bebe água em qualquer local. Nos estúdios de rádios, por exemplo, é o único que não toca na garrafa de água mineral que lhe é oferecida


- O Presidente da Aliança Nacional, Laurindo Neto não come em qualquer restaurante; é sobrevivente de um plano de envenenamento que o deixou em coma; no mesmo plano contra si,  um elemento próximo ao regime acabaria por morrer ao ingerir a dose que seria  para Laurindo Neto.


- Adalberto da Costa Jr, membro da UNITA, não come salada  em qualquer lugar, adopta medidas de segurança nos  restaurantes em Luanda, em lugares poucos inspiradores pode se dar ao caso de  levar discretamente  o seu próprio talheres


- Nelson Pestana (ex – FpD/ actual Bloco Democrático) não confia na boa ação do regime. Na véspera das primeiras eleições em Angola foi colocada em sua casa uma bomba; na altura a reportagem da TPA dizia tratar-se de botija de Gás dando azo a interpretações de “político irresponsável”.  Especialistass dotados na matéria explicaram que a explosão  de botija de gás não  fragmentava se daquela forma.


- Filomeno Vieira Lopes, idem,  um mês antes das eleições de 2008, jovens armadas roubaram lhe o leptop. Parte do “draft” material ou documentação que tinha teriam sido identificadas em texto de jornais aliados ao regime.


- Quintino Moreira, da Nova Democracia (ND) não tem confiança na facção modernista do regime. Inicio deste ano queixou ameaças de morte por ter defendido modelo de eleições presidências indirectas.


Ainda com medo das mas ações do regime, o falecido Holden Roberto nem sequer aceitava comer nos aviões da TAAG quando viajasse. Mesmas actitudes eram reveladas em Jonas Savimbi, não falava ao telefone com receio de a sua voz ser identificada, quem falava, por si, era um ajudante de campo,  Kate Hame.

 

Comentário de um especialista que desertou o regime

 

Solicitado a depor/comentar o assunto, fonte competente na matéria adianta que “Essa prática no Mpla, não é de hoje, desde que muitos militares e até civis começaram a morrer estranhamente, foi se criando um grande espírito de desconfiança entre os camaradas.”


“Verdade é que chegou se mesmo, a crua conclusão, de que, muitos eram envenenados até as vezes por razões mesquinhas.Por exemplo no tempo da guerra entre os movimentos na altura também ocorreram mortes estranhas, que nunca foram explicadas e houve momentos em que se tinha mais medo e receio do camarada que estava ao lado, do que propriamente do chamado" inimigo" que poderia estar escondido debaixo do matagal.”

 

“Em Cabinda, por exemplo, para além da morte do gika que já denunciei  ter sido por obus amigo. Por exemplo, numa  das famosas  patrulhas de reconhecimento caminhando em fila indiana, viu cair  um  jovem Nguenjy, em 1975, ele foi   morto por uma bala amiga, o assunto foi  pouco comentado e poucos anos depois veio a saber-se,que o mesmo disputava uma garota com o camarada que ia á sua traz. Isso também em Cabinda não muito longe da base militar (Kasel) uma unidade que ficava quase junto ao aeroporto” contou a fonte.