Sintra - Quando a PSP arrombou ontem de madrugada a porta do apartamento da avenida Gago Coutinho, em Rio de Mouro, Sintra, as paredes e o chão estavam repletos de sangue. Adérito, um angolano de 25 anos, tinha acabado de se esfaquear, falecendo momentos depois. A poucos metros de distância, os cadáveres nus da sua mulher e de uma amiga desta jaziam em poças vermelhas. Adérito sequestrou-as durante 14 horas e esfaqueou-as.


Fonte: Correio da Manha

Amarradas, violadas e esfaqueadas

O medo de ficar sozinho terá levado o estucador angolano à loucura. Célia Neto, irmã de Sandra Pontes (são-tomense de 23 anos, companheira do homicida), disse ao CM que o cunhado 'já se tinha ameaçado matar' caso Sandra saísse de casa.


Na quinta-feira à noite, Sandra cumpriu o prometido após nova agressão, indo para casa do irmão em Benfica, Lisboa. Marinela João, são-tomense também com 23 anos e amiga de Sandra Pontes, aceitou ir com ela anteontem à tarde a Rio de Mouro. Valter, irmão de Sandra, deixou as duas junto ao prédio pelas 13h30. Em casa, Adérito aguardava para demover Sandra da separação.


A intransigência da jovem acordou a violência. As duas mulheres foram despidas e amarradas com cordas. Colocadas em divisões diferentes da casa, foram ambas violadas.


A primeira a morrer terá sido Sandra Fontes, esfaqueada ao final da tarde de sexta-feira. 'A minha mulher morreu já no sábado de madrugada', recordou Williken André, marido de Marinela João, a segunda vítima de Adérito.


O atraso da irmã levou Valter a chamar a PSP. Pelas 03h30, 14 horas após o início do sequestro, e assim que se apercebeu da presença policial e do INEM, este último chamado por si próprio, Adérito esfaqueou-se. Morreu pouco depois.


IRMÃO CENSUROU ATRASO DA PSP

Valter, irmão de Sandra Pontes (uma das vítimas do crime e companheira do homicida), estranhou a ausência da irmã. Já na madrugada de sábado foi à PSP de Rio de Mouro e, com receio do pior, exigiu que as autoridades arrombassem a porta do apartamento. Os agentes recusaram, alegando a necessidade de um mandado judicial. Entretanto, já Adérito tinha alertado o 112 para o massacre, o que revoltou Valter. Ao que o CM apurou, o jovem acusou a polícia de ter perdido demasiado tempo.