Brasil - No Brasil, um país de mentalidade reacionária e anticomunista, convence-se a nação de que terrorismo é a arma dos fracos. Mas o fraco aqui  consiste  na falta de um exército e estar armado até aos dentes para se enfrentar um exército de torturadores e homens covardes, que um dia interromperam o processo democrático com a desculpa de que estavam combatendo o comunismo.

 

Fonte: www.blog.comunidades.net/nelo

 

O País das Aranhas XXXI

 

Flec: Falta de princípios ou a falta de uma causa razoável

Na habilidade de se querer confundir todos e tudo, quando lhes convém, a direita e a extrema direita têm  levado dentro de si a mania carregada de mentiras de que a violência vinda dos grupos de esquerdas que se insurgiram contra os regimes ditatoriais,  igualmente, são de terroristas. É por isso que naquela definição de que o terrorismo é a arma dos fracos tentam sempre incluir os grupos e os  movimentos de esquerdas que lutaram contra os regimes opressores em todo mundo.


Para nós o terrorismo também pode ser, sim, a arma dos fracos, mas a fraqueza aqui não está em não possuir  um exército com armas sofisticadas. Está no ato covarde que  caracteriza esses grupos, pode ser ele armado e sofisticado. E não só. Está até naquilo que supostamente defendem, na motivação  e argumentação de suas atitudes e idéias, quando totalmente anti-sociais. E esse não é o caso daqueles que andaram lutando  contra as ditaduras fascistas e racistas em todo mundo: estudantes, grupos e movimentos de esquerdas, partidos políticos que com sangue e sacrifício moldaram a história do século XX.


A acreditar que a Flec tenha motivação e argumentação cabível para despejar uma rajada de metralhadora no ônibus de uma seleção de um país estrangeiro, pessoas inocentes, que mal conhecem os problemas de Cabinda e de Angola, e que só viajaram naquele local para ajudarem  na alegria de uma festa é mesmo coisa de gente covarde e terroristas.  Vê-se  a diferencia que há entre lutar para se ser digno e livre e lutar pelo oportunismo político  no qual se chega a rejeitar uma nação ou um país inteiro ( de Cabinda ao Cunene) sem se interessar no destino das futuras gerações.


A fraqueza de espírito, a falta de princípios ou a falta de uma causa razoável é precisamente a arma dos terroristas que nesse caso jamais saberiam explicar por que desejam a separação de um país como Angola, ou seja, de Cabinda  do resto do país. É nisso que reside a arma dos terroristas. A rebeldia sem causa e  sem ética  gerada pela própria ignorância,  que vê  na história e no passado   eventos  rebuscados pelos tempos da guerra fria, onde toda argumentação contra ou a favor justificava um combate contra o comunismo, mesmo que para isso fosse necessário mutilar a geografia, a cultura e os desejos de uma nação, transforma a esse grupo de oportunistas  em terroristas agindo de maneira banal e sem escrúpulos.


Assim, os problemas da Província de  Cabinda que, igualmente, são os problemas de toda Angola constituem muitas vezes heranças dos tempos da guerra fria, que o oportunismo com uma mescla de alienação e manipulação de informação e cultura não conseguem superar. O separatismo em Cabinda ou em qualquer parte deste continente é mais um retrato de toda a ignorância que faz da África o berço eterno do primitivismo a que esse continente, para muitos por ser negro, está condenado a estar e ser para sempre.


Mas como diz o velho provérbio: há males que vêm para bem. Chegou a hora do governo angolano reconhecer que os terroristas da Flec existem  e que devem ser, com toda justiça, caçados e perseguidos. Acabaram-se as anistias falsárias e fraudulentas que sempre passaram por em cima da justiça e dos ânimos de uma nação comovida pela injustiça e por todos os tipos de crimes. Mesmo porque os tempos já não justificam aquela falsa do fim da guerra fria de que o comunismo era tão ruim quanto os outros regimes por aí.  Por isso, anistia para qualquer bandido que saciava seus desejos como terrorista-guerrilheiro também era valida.  Agora não há nada que justifique o terrorismo de direita, a não ser a ambição dês-cabina, já que a democracia está aí dando oportunidades para satisfazer os desejos dos ambiciosos.


Eu diria que a Flec mordeu o anzol e cometeu o maior erro de sua existência –se alguma vez existiu. Atacar uma equipe de futebol num evento como esse, o  mais esperado pelo continente e pelo mundo só pode ser mesmo obra de terroristas e maus estrategas. Agora o governo Angolano tem a faca e o queijo na mão para perseguir essa gente como quiser e onde quiser. Com o fim da guerra fria e o cair das torres gêmeas  qualquer forma de violência vindo da esquerda ou da direita é taxado incontestavelmente como terrorismo onde seus atores devem ser perseguidos  em todas as latitudes geográficas em que estiverem, e não pode ser diferente com a famigerada Flec. Que já se tornou famosa, porque ela fez questão de assim querer.


Quantas vezes, até mesmo no club-k, lemos as mensagens dos seus membros anunciando que estavam preparando-se para agirem com atitudes terroristas. Que se o governo de Angola não aceitasse a imposição dos mesmos a resposta deles seria o terrorismo. Impressionante agora é que os mensageiros da Flec, ou não, que andaram bombardeando o club-k com as mensagens da Flec estão todos desaparecidos do club-k. Porque sabem  que qualquer governo no mundo tem o poder e a autoridade discricionária para rastear terroristas até pela internet e que não é difícil localizar o IP dos computadores que se dedicaram a enviar mensagens com as ameaças terroristas vindas da Flec.


É preciso, sim, caçar a essa gente por uma questão de princípios. Primeiro, para se fazer justiça. Segundo, para se mostrar e provar  que o poder do estado e da lei está acima de qualquer delinqüente-terrorista seja ele quem for e de onde esteja. Terceiro, para que aprendam que qualquer crise política e conflito social deve ser resolvido sempre por vias pacificas.  É preciso acionar a Interpol, a CIA, o FBI, os serviços secretos de qualquer país da Europa ou do mundo em que vivemos.  O terrorismo não pode estar por em cima da dignidade de nenhum ser humano e muito menos de um Estado ou Nação.