Luanda - Último relatório de Imigração, Fronteiras e Asilo de Portugal mostra que, em 2020, Angola foi o segundo país com mais pedidos de asilo e o quarto na solicitação de nacionalidade portuguesa. Desde 2017, o número tem vindo a crescer. Nos últimos quatro anos, mais de 700 angolanos pediram asilo em terras lusas.

Fonte: Novo Jornal

Angola é o segundo país na tabela de pedidos de asilo registados pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) de Portugal. Os dados constam do último relatório de Imigração, Fronteiras e Asilo (RIFA) do SEF consultado pelo Novo Jornal.

Embora se viva em clima de paz desde 2002, muitos angolanos continuam a "fugir" do País para solicitar protecção e abrigo em terras lusófonas. Por exemplo, entre 2017 e 2020, o SEF recebeu 770 pedidos de asilos de angolanos. Os dados do RIFA mostram que, desde 2017, os pedidos de asilo de angolanos naquele país europeu têm vindo a crescer consideravelmente, apesar de o SEF não esclarecer os motivos apresentados pelos solicitantes.

As Nações Unidas definem que o direito de asilo pode ser requerido por cidadãos provenientes de países em situação de conflito ou onde sejam perseguidos devido à sua raça, religião, nacionalidade, opiniões políticas ou integração em certo grupo social.

A análise aos documentos revela que, em 2017, por sinal, o primeiro ano de governação de João Lourenço, os pedidos de asilo por parte de angolanos em Portugal foram quatro vezes superiores aos registados em 2016, passando de 30 para 121. A partir dessa altura, injustificadamente, Portugal passou a registar um aumento exponencial de angolanos à procura de refúgio. Aliás, basta atentar para os números: em 2018 foram 224 pedidos; em 2019, os expressivos 308. Nesses dois anos, Angola ocupou o lugar cimeiro na lista das principais nacionalidades no que diz respeito ao requerimento de asilo em Portugal, mostra o SEF.

Angolanos estão também entre os que mais pedem nacionalidade

Além de estarem entre os que mais pedem asilo, os angolanos estão também no top 5 dos que mais solicitam a nacionalidade portuguesa. No ano passado, os «mwangolés» ficaram em quarto lugar entre os cidadãos que mais solicitaram às autoridades a atribuição e aquisição da nacionalidade lusa. Os angolanos fizeram um total de 2.613 pedidos, numa lista liderada pelo Brasil, com quase 21 mil.

Entre 2017 e 2020, Portugal registou 9.172 pedidos de nacionalidade por parte de angolanos, sendo que 2.427 foram por efeito de casamento ou união de facto. Trata-se de nacionalidade que é pedida por um estrangeiro e não a que é atribuída de origem. No período em análise, os dados do RIFA mostram que o «boom» da solicitação para atribuição de nacionalidade portuguesa por parte dos angolanos ocorreu em 2019, em que foram notificados 2.993 pedidos. Os números de 2019 são superiores aos 1.953 registados em 2018 e aos 1.613 referentes a 2017.