Luanda - O ministro das Relações Exteriores de Angola disse que o Governo vai utilizar “todos os canais diplomáticos” para acompanhar o estudante angolano condenado em Cuba pelo homicídio de um professor, sem descartar um pedido de extradição.

Fonte: Plataforma

Em declarações à Agência Lusa, Téte António disse que o Estado angolano tem acompanhado o caso, permanecendo em contacto não só através da embaixada de Angola em Cuba, mas através de todos os canais diplomáticos que têm à sua disposição.

 

“O estudante foi condenado e beneficia da proteção consular, como qualquer cidadão angolano que esteja nesta situação ou mesmo sem estar nesta situação”, referiu o ministro.

 

O ministro frisou que, após a condenação, Angola tem acordos específicos com Cuba, que vai utilizar, nomeadamente “mecanismos diplomáticos para continuar a tratar do caso”.

 

Questionado se um desses mecanismos poderá ser o pedido de extradição, Téte António preferiu não entrar em detalhes.

 

“Não quero entrar em detalhes, só quero dizer que existem instrumentos jurídicos assinados entre nós e vamos usá-los, através dos canais diplomáticos, para continuarmos a tratar deste caso”, frisou.

 

Em causa está a condenação do estudante angolano Armindo Leitão Jeremias, finalista do curso de Sistemas de Informação em Saúde, a 20 anos de prisão maior, por ter sido declarado culpado do assassínio de um dos seus professores.

 

A embaixada de Angola em Cuba, através dos advogados que acompanham o processo, poderá ainda recorrer da sentença junto do Tribunal Supremo Cubano.

 

Armindo Leitão Jeremias ficou detido durante nove meses, até ao julgamento, tendo o caso sido divulgado por colegas, que partilharam a informação nas redes sociais, apelando à intervenção das autoridades.

 

Em junho, Marcos Vilhena, colega e amigo do estudante, contou à Lusa que, um dia antes de o corpo do professor ter sido encontrado, a 150 metros da casa do estudante, que alega inocência, Armindo Jeremias havia solicitado ajuda para despesas de pouco mais de 200 dólares (164 euros).

 

Segundo Marcos Vilhena, o professor, que à data da sua morte era o responsável de logística da Faculdade de Tecnologias da Saúde, era conhecido por ajudar os estudantes neste tipo de situações.