Luanda - Há precisamente trinta e cinco anos que se tem comemorado - com um certo abuso e insulto à inteligência juvenil do nosso País à mistura - o 14 de Abril como o Dia da Juventude Angolana.
Fonte: NL
Não é legítimo que se continue a avocar o 14 de Abril como Dia da Juventude Angolana
Não é (digo eu, em javanês!) sério e muito menos legítimo que se continue a avocar a sobredita data como Dia da Juventude Angolana com a pompa e circunstância que lhe é sobejamente conhecida.
A avocação do referido marco era merecedora da atenção e consideração redobrada de todos os angolanos ao “Tempo colonial do MPLA” (entenda-se, tempo do partido único).
Naquela altura, o MPLA era dono e barão do País. Por isso os angolanos , que por causa da guerra e outras razões viram impossibilitados de darem a sola para o estrangeiro, não tinham outra opção político-partidária que não fosse a de ser do MPLA ou ainda do… partido no poder.
Ora tanto quanto julgo saber, o “tempo do partido único” está morto e (bem) enterrado.
De lá para cá, o(s) estatuto(s) jurídico-político (s) (Constituições) angolano (s) definiram sempre a República de Angola como um Estado de Direito democrático e multipartidário.
Ou seja, para além do MPLA passaram a fazer parte do cenário político angolano outros partidos políticos.
Os angolanos passaram, destarte, a estar pretensamente representados no Parlamento, lugar onde supostamente, em democracia, se discute tudo (e mais alguma coisa) atinente à vida do cidadão-eleitor.
Por isso, enquanto jovem apartidário mas não apolítico, pergunto (se é que tal não ofende os membros do partido que sustenta o Governo): Acaso a instituição do 14 de Abril como Dia da Juventude Angolana foi, depois dos Acordos de Bicesse, alguma vez discutida no Parlamento?
Enquanto jovem apartidário mas não apolítico, sugiro (se é que tal não ofende os nossos tribunos à Assembleia Nacional) que se faça um referendo para saber se os jovens do PRS, da FNLA, da UNITA, do Bloco Democrático e de Organizações da Sociedade Civil espalhadas por este País afora se revêem no 14 de Abril.
Querem saber se me revejo no dia 14 de Abril? Isto, perdoem-me a fraqueza, nem às paredes confesso!