Luanda - Gentio (feminino: gentia) designa um não judeu ou israelita e deriva do termo latino gens (significando "clã" ou um "grupo de famílias"). Os tradutores cristãos da Bíblia usaram esta palavra para designar colectivamente os povos e nações distintos do povo Israelita.

Fonte: Club-k.net

ANGOLA – Crise de Legitimidade XIX

Gentio foi, especialmente importante em relatos sobre a história do cristianismo, também para designar os povos Europeus que, gradualmente, se converteram à nova religião, sob a influência do apóstolo Paulo de Tarso e outros.

Em tempos recentes, o termo gentio deixou de ser bem visto, preferindo-se, muitas vezes, usar a expressão "não judeu" como substituto. Para que um homem gentio, não descendente de Abraão, pudesse ser incluído como parte do povo judeu, devia, antes de tudo, aceitar ser circuncidado. Uma vez circuncidado, ficava autorizado a ser considerado igual a qualquer nacional, com os mesmos direitos e obrigações que todos os demais israelitas. Mas ser circuncidado não significava converter-se em um israelita, simplesmente ficava autorizado a ser tomado como um gentio aceite por Elohim (Deus) para participar de todas as bênçãos e obrigações da aliança. Urias, o hitita, é um exemplo de que os estrangeiros em Israel sempre eram estrangeiros, mesmo recebendo os mesmos direitos e obrigações contidas na Lei de Elohim.

Gentio basicamente significava estrangeiros (não-judeus). Tanto que históricamente os judeus passaram a utilizar ela também para cristãos e muçulmanos, mesmo estes sendo seguidores de religiões monoteístas derivadas do Judaísmo – (in WikiPédia).


Com a chegada dos colonos portugueses à África, o termo gentio perdeu sua interpretação inicial e passou a servir interesses de dominação colonial com o agressor político, económico, social e cultural a ser civilizador e o agredido política, económica, social e culturalmente a ser gentio.

Em 1975, libertada Angola do jugo colonial português, pensava-se que a partir desse passo de soberania fundamental iniciar-se-ia o processo de unificação do mosaico multinacional e multirracional angolano. Infelizmente, não foi isso que aconteceu. O MPLA, alinhando-se aos portugueses pelo Acordo de Argel, buscou outra saída que privilegiou processos ilegítimos e ilegais, em relação aos Acordos de Alvor, de em nome do seu Comité Central declarar a independência de Angola, institucionalizar a República Popular de Angola com uma Lei Constitucional e uma doutrina política que prosseguiu com a estigmatização colonial da sociedade, das nações, das famílias, da FNLA, da UNITA e dos adeptos de Nito Alves. Pior ainda, desta vez não era membro do MPLA quem quisesse, mas quem merecia.

Como no tempo colonial de uns serem assimilados e outros de indigenas, na República Popular de Angola ou um pouco antes, os dirigentes e membros da FNLA e da UNITA eram tratados de antropófagos, de hominídios com caudas, os nitistas de gentios sem berço e o povo a quem usurparam a soberania era visto como um corpo amorfo sem direitos de eleger e ser eleito.

Quando na antiguidade gentio era o estrangeiro e aquele que não professava a Lei de Elohim, no passado colonial e no presente, com o poder da arma colonial e dos cubanos, gentio passou a ser o agredido que também já tinha o seu Deus (Zamby, Suku) e uma cultura com poder que derrotou o colonialismo, com poder que tem permitido sobreviver e enfrentar a erradicação do neocolonialismo. A substituição dessa cultura que sobreviveu ao lado da cultura colonial pela cultura forjada na República Popular de Angola, faz do País a imagem que temos hoje.

Foi à força dessa cultura africana em geral e de Angola em particular que, pelos Acordos de Bicesse, se conseguiu repor a verdade política da soberania roubada pelo MPLA em 1975, ser reconquistada e passar para o verdadeiro soberano o povo que agora a exerce através do sufrágio universal, livre, igual, directo, secreto e periódico, do referendo e das demais formas estabelecidas pela Constituição, nomeadamente para a escolha dos seus representantes, apesar dos processos eleitorais para aceder ao exercício do poder político continuarem a ser ilegítimos e ilegais.

A partir daqui tudo despertou. Afinal, olhando para os factos, o verdadeiro gentio, o actual continuador da missão portuguesa em Angola, ficou destapado. Agora, ele é visível a olho nú através de seus actos de ladroagem descarada. Ele é percebido através da voracidade em delapidar o erário. Ele é detectável pela forma dos olhos esbugalhados e assustados diante das riquezas do País, pela forma como usa e abusa dos dinheiros públicos com a compra de carros top de gama, relógios especiais, ouro até nos dentes, roupas e sapatos caríssimos, barcos, aviões, casas, etc.

Sem legitimidade, o actual e verdadeiro gentio em Angola, agarra-se ao poder, exercendo-o com apoio de forças mercenárias estrangeiras do tipo Wagner, aqui substituidas por cubanos que ainda hoje se escondem no fardamento da PIR para atacar as manifestações. Estes mercenários, não falam português nem outra língua nacional. Eles falam espanhol.

Este gentio especializou-se na mentira e no uso descomunal da força para reprimir o povo. Na manipulação da opinião pública para se acreditar que a UNITA é igual ao MPLA.

No caso dos subsídios legais para os deputados no início das legislaturas, aproveitando-se da distracção dos deputados da UNITA, o gentio lançou a casca de banana que foi pisada e com consequências conhecidas apesar do Senhor Presidente da UNITA Adalberto Costa Júnior ter sido persistente em alertar o Partido e, sobretudo os Quadros mais jovens quanto ao respeito dos princípios, sendo neste caso o princípio de “Ter sempre razão com o povo e nunca contra o povo”.

As cascas de banana vão continuar a ser lançadas com a finalidade de criar dúvidas no povo como, por exemplo, a razão que levou o Presidente da UNITA a ter de mudar de casa, quando tem sido prática da Direcção do Partido em decidir como dar dignidade ao seu Presidente; isso foi feito no tempo de Lukamba Gato nas vestes de Coordenador da Comissão de Gestão e Isaías Samakuva como Presidente da UNITA.

A casca de banana vai continuar a ser lançada através de inventonas para serem atribuidas a UNITA. Já no passado e no tempo do ex-Presidente JES muitas dessas inventonas foram feitas para se implicar a UNITA. Alguns membros da UNITA e ex-FALA foram parar as cadeias e de onde sairam e com documentos de soltura sem nunca se provar da razão da sua prisão. As denúncias feitas pela UNITA a estas inventonas foram públicas.

Agora, estamos a antecipar o pior que está a ser preparado por aqueles que têm as mãos e os fatos manchados de sangue na vã estratégia de manuntenção do poder.

Neste momento, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria da UNITA estão a ser cooptados para mais uma inventona. Uma parte significativa já recebeu fardamento militar. Semanalmente, estes, por duas vezes, fazem formatura na área dos quartéis. A esses Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria é exigido tratar a “Declaração” de desmobilização no Secretariado dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria da UNITA e assinada por seu Secretário Abílio J. A. Kamalata Numa. Temos provas. Por isso, pedimos que o mundo acompanhe com atenção este desespero do MPLA que no tempo de JLO vai ser obrigado, democraticamente, a fazer a alternância de poder.

Por isso, os patriotas no seio do MPLA devem se organizar para participarem desta missão de salvação de Angola da catástofre política, social, económica e cultural actual. Os patriotas no seio do MPLA devem se aproximar e fazer parte do projecto de transição de regime. Não se assustem com o uivar dos lobos ferozes no seio do Bureau Político do MPLA que passam por cima do Artigo 129º (Destituição do Presidente da República) da Constituição da República de Angola. Os patriotas no seio do MPLA devem apoiar o impeachment legitimo e legal contra João Manuel Gonçalves Lourenço. Assim, os patriotas no seio do MPLA, estarão a corrigir os erros do passado, defendendo os interesses do Povo Angolano verdadeiro soberano da República de Angola como Estado Democrático de Direito.

É na Assembleia Nacional, não na arrogância de comunicados, onde o Bureau Político do MPLA vai defender João Manuel Gonçalves Lourenço através do voto livre, igual, directo, secreto e sem aquelas manobras da CNE ou de braço levantado ou de condicionar o deputado do MPLA em tirar a fotografia do seu voto para apresentar aos chefes do Bureau Político. Nós da UNITA quando nos anularam o XIII Congresso Ordinário legitima e legalmente realizado foi nas instituições deste País onde nos defendemos. O MPLA não está acima de nenhum Partido Político em Angola de acordo com o Artigo 17º da CRA.

- OBRIGADO -