LISBOA — O Comité Organizador Diocesano da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, que acontece de 1 a 6 e Agosto na capital portuguesa, informou que 106 participantes de Cabo Verde e Angola não se registaram ainda, embora tenham entrado no país, o que levanta o fantasma da fuga ou da falta de comunicação.

Fonte: VOA

O Comité não deu detalhes sobre quantos são cabo-verdianos e quantos são angolanos.

 
Enquanto o embaixador de Cabo Verde em Lisboa diz que "nada faria prever este evento", embora admita que possa haver falta de comunicação, o bispo de Cabinda, Belmiro Chissengueti, afirma que apenas cinco dos angolanos já disseram que pretendem ficar na Europa e que os demais estão devidamente registados.


Em nota divulgada na segunda-feira, 31, o Comité Organizador Diocesano informou que “a única situação anormal que requereu uma atenção especial da parte da organização diocesana foi a ausência de 106 peregrinos dos grupos estrangeiros de nacionalidade angolana e cabo-verdiana acolhidos em três paróquias da Diocese” de Leiria-Fátima.

Aquele órgão acrescenta que “logo que estas não comparências foram sinalizadas, a organização reportou-as às competentes autoridades de segurança que, desde então, têm assumido as diligências exigíveis e necessárias”.

 

Também em nota, o Sistema de Segurança Interna de Portugal explica que esses participantes estavam “devidamente inscritos” na JMJ e entraram “regularmente e por via aérea em território nacional”.

 

O Embaixador de Cabo Verde em Lisboa afirmou que "nada faria prever este evento".

 

“Nós temos informações que o registo, de fato, não foi efetuado no lugar onde deveria ter sido efetuado, não temos ainda contato direto com as pessoas para nós sabermos as eventuais dificuldades. Se será por alguma falha no circuito, alguma falha de informação, portanto, algum desconhecimento, ainda não sabemos", disse Eurico Monteiro aos jornalistas ontem, à margem da apresentação do livro “Escritos Ucranianos” do ex-Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, em Lisboa.

 

A delegação cabo-verdiana é composta por cerca de mil jovens.

 

Por seu lado, em declarações à rádio portuguesa TSF o bispo de Cabinda admitiu que cinco dos 106 peregrinos que desapareceram na segunda-feira são angolanos e pretendem ficar na Europa.

 

"Daquilo que tenho conhecimento, são pelo menos esses cinco. A informação já está com a polícia, vamos ver o que fazer com o grupo de Leiria para que isso seja tratado pelas autoridades competentes e ajudem ao necessário seguimento", acrescentou Belmiro Chissengueti.

 

O líder da delegação angolana, Guilherme da Paixão, citado pelo Novo Jornal afirmou que "até agora estamos completos e fizemos provas de vida ontem, com os passaportes, e há controlo".

 

"A delegação angolana no seu todo é de 1.518 pessoas e estamos espalhados por diversas cidades de Portugal. Só aqui em Tomar, uma cidade portuguesa, estamos mais de 500 da delegação na jornada religiosa", concluiu Paixão.

 

A JMJ decorre de 1 a 6 de Agosto e terá como ponto máximo a presença do Papa Francisco.