Lisboa - Manifestação frente ao Consulado de Angola em Lisboa, ontem, dia de África, apelando à garantia do respeito pelos direitos humanos da parte do Governo de Angola.


Fonte: http://www.angolaresistente.net/

Sem gritos e com palavras de ordem

inscritas em cartazes de fundo amarelo

A manifestação promovida pela secção portuguesa da Amnistia Internacional teve lugar ontem, dia de África. A concentração durou três horas, 17-20:00. Foram exibidos vários cartazes com apelos ao respeito pelos direitos humanos que vêm sendo violados em Angola com absoluta impunidade. Os desalojamentos forçados, a perseguição de defensores dos direitos humanos e os impedimentos ao livre exercício de manifestação e de opinião foram os temas em que os dísticos dos cartazes se concentraram.


Estiveram presentes cerca de 50 pessoas frente ao Consulado de Angola. Activistas da Amnistia Internacional, incluindo o seu Director, algumas e alguns angolanos residentes em Portugal estiveram presentes. Activistas de ONGs internacionais parceiras das organizações angolanas de defesa dos direitos humanos – Christian Aid e Human Rigths Watch também estiveram presentes. Activistas angolanos da AJPD, Fernando Macedo e da  SOS Habitat Luiz Araújo, estiveram presentes e foram entrevistados por vários órgãos de comunicação.


Activistas da Associação Tratado de Simulambuco fizeram-se presentes com camisolas vestidas onde se encontravam estampadas as fotografias dos activistas defensores dos direitos humanos que estão presos em Cabinda.


Também esteve presente a activista britânica defensora dos direitos humanos Saraah Wykes que no passado foi detida em Cabinda.


Expus uma camisola e um cartaz onde estavam estampados apelos ao fim dos desalojamentos forçados e à justiça que tem sido falha às dezenas de milhares de desalojados forçados, assim como uma exigência ao Estado da garantia de segurança para poder voltar a casa, em Luanda, depois de me ter refugiado em Portugal na sequência do atentado contra minha vida que estava a ser implementado em Julho-Agosto de 2009, depois de ter denunciado a demolição dos bairros Iraque e Bagdade, em Luanda, que conforme resposta a uma pergunta minha do Vice Governador de Luanda, Bento Soito, num debate em que participamos na rádio Eclesia, teve como finalidade entregar esses terrenos a um privado que não quis nomear.


Milhares de angolanas e angolanos vivem em Lisboa no entanto poucos foram os que apareceram. A adesão de portuguesas e portugueses solidários também foi escassa. Considero que estamos num momento de crise da solidariedade activa porque quando falo com portugueses sobre as violações dos direitos humanos em Angola a maioria manifesta ter conhecimento desses factos e um sentimento de indignação mas, no entanto, não comparece nesses actos.


A concentração foi coberta e documentada pela RDP, RTP, pela Voz da Alemanha e pelo jornal o Público. A partir de uma das janelas do Consulado de Angola um operador de câmera de filmar registou o acto durante todo o tempo.


Nenhuma entidade da representação diplomática de Angola se dirigiu aos manifestantes e poderia tê-lo feito com a certeza de que seria tratado com o maior respeito.


A Policia de Segurança Publica esteve presente garantindo a ordem o que aqui agradecemos e apontamos como exemplo a ser seguido pela Policia Nacional de Angola.