Luanda - Em Angola, 38% das crianças com menos de 5 anos sofrem de desnutrição crónica. Governo angolano e parceiros estão a recolher contribuições para enriquecer a Estratégia Nacional Alimentar e Nutricional.

Fonte: DW

A desnutrição infantil em Angola contribui significativamente para a mortalidade infantil e pode causar danos permanentes ao desenvolvimento cognitivo de crianças e jovens, comprometendo o seu bem-estar e produtividade enquanto adultos, alerta Antero Almeida Pina, representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em Angola.

 

"A situação requer conjugação de esforços dos diferentes departamentos ministeriais. É um esforço conjunto para que as políticas e as estratégias nacionais coincidam para melhorar a situação nutricional em todo país, e, em particular, das crianças, porque elas são as mais afetadas", comenta.

 

Antero Almeida Pina aponta o centro e o sul de Angola como as regiões mais críticas, devido à ocorrência de vários fenómenos naturais.

 

"A situação ainda tem alguns desafios, principal em algumas regiões afetadas pela seca, pelas cheias, como as províncias do Cunene, Huíla e Namibe, onde os números são mais elevados", advertiu.


Risco de morte

A médica Natália da Conceição, coordenadora do Programa Nacional de Nutrição do Ministério da Saúde, aponta as principais consequências da desnutrição, para além da morte.

 

"O indivíduo pode ficar extremamente magro, quando a alimentação não é suficiente em quantidade, mas também pode contrair doenças específicas que podem nem sempre levar à morte, mas prejudicar a saúde", alertou.

 

O secretário de Estado do Ministério da Agricultura e Florestas de Angola, André Moda, assinala as ações que o executivo tem estado a desenvolver para o alcance das metas inseridas na agenda sobre o desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, até 2030.

 

"A realização dos diálogos nacionais e regionais dos sistemas alimentares de consultas públicas Angola 2030, com a participação das diferentes partes interessadas, mostrou a visão clara do Governo de Angola e dos atores nacionais, em transformar o atual sistema alimentar tornando-o mais equitativo, sustentável, resiliente e saudável até 2030, com foco em desenvolvimento rural e territorial", concluiu.