Luanda - A UNITA realizou neste sábado, 24 de Fevereiro de 2024, na província de Luanda, no município de Cacuaco, um grandioso acto político de massas em saudação ao “Dia do Patriota”, assinalado a 22 de Fevereiro, uma data instituída por este partido em homenagem aos feitos e o passamento físico do seu líder fundador, Jonas Malheiro Savimbi, morto a 22 de Fevereiro de 2002.

Fonte: Club-k.net

O acto que constituiu também a abertura do ano político na província de Luanda foi antecedido de uma marcha.


No seu discurso à imensa multidão presente, o presidente da UNITA apontou além dos vários temas pertinentes da actualidade nacional, para a Lei de Segurança do Estado como uma lei perigosa para todos os angolanos, sem excepção, que estabelece as condições de um estado de sítio, de estado de emergência e de estado de guerra.


“Para não passarem leis ilegais como aquelas que estão a ser hoje inscritas na agenda da Assembleia, nomeadamente a lei da Segurança do Estado, uma lei perigosa; uma lei perigosa para todos os angolanos, todos eles sem excepção: militante da UNITA, militante do MPLA, militante do outro partido, você mesmo que até é membro das forças de defesa e segurança fica em risco com essa lei, se você é o polícia fica em risco, se você é o militar fica em risco. Porque, é uma lei que está a trazer para um tempo normal as condições de um estado de sítio, de estado de emergência e de estado de guerra. É uma lei que permite anular os direitos cívicos”.


“Vocês concordam com isso? Uma lei que diz que todo o cidadão tem que ir queixar o seu amigo, tem que ir queixar pai e a mãe. Porque, se houver alguma coisa e ele não veio queixar pode ser preso imediatamente. Bastou a tua consciência não estar de acordo com o chefe que dirige, você pode ir para cadeia”, disse o responsável partidário.


De acordo com o Presidente da UNITA, trata-se de uma lei que impede o cidadão a controlar a contagem do seu voto e consequentemente a sua publicação na Assembleia na de votação, permite o corte total da internet em todo território nacional, bem como a interdição das estradas todas no país. O responsável da UNITA considerou anormal intenção do governo quanto a presente lei, para quem, este regime está a caminhar completamente para trás.


“Uma lei que agarrou naquela nossa chamada nas Eleições. O que é que nós dissemos nas eleições?; “votou, sentou; votou, sentou”; mas senta na Assembleia? Senta fora; você sentou, fica nas imediações. Não viola a lei. Hoje esta lei da Segurança Estado puxou: o votou sentou é crime, a partir de agora. É mesmo normal isto? Têm medo de quê? Têm medo de que?! Têm medo do povo, meus amigos. É uma lei que vai ser votada na próxima semana, uma lei que está na especialidade”.


“Uma lei que diz que a internet pode ser cortada totalmente no país, num determinado dia; uma lei que diz que em determinada altura as estradas podem ser bloqueadas todas, no interesse de alguém. É uma quantidade de questões que foram lá colocadas. E, nós estamos a partilhar convosco, que não têm a obrigação de conhecer cada uma destas coisas, chamar atenção que este regime está a caminhar para atrás completamente, está a caminhar para trás a passos largos. Este regime não defende Angola nem defende os angolanos; não defende Angola nem os angolanos!”, disse o responsável partidário, que defendeu por isso, a atenção e unidade de todos os angolanos, e a sua participação nas ruas, para a salvaguarda dos seus direitos.


“E, é por causa disto que nós temos que nos manter unidos, atentos, disponíveis para participar. É por causa disso que nós estamos a dizer que, nós temos que recuperar a presença nas ruas se for necessário, companheiros. Sair para a rua não é crime nem é violação de nenhuma lei; você pode sair para rua respeitando a lei, basta informar; até nem podes esperar mais autorização, não precisa de autorização; nenhuma autorização. A autorização é uma invenção de quem não sabe o conteúdo da lei que aprovou. Você informa com X dias de antecipação, e você pode manifestar de forma ordeira”.


“E, nós vamos precisar de voltar, porque há quem esteja a esquecer os direitos do seu povo. Está se a matar as pessoas a fome, está se excluir os angolanos, está se a deixar de dialogar. O diário em política é obrigatório. Nós andamos a dizer que nós estamos disponíveis para sentar e para discutir sobre Angola, mas há quem não queira falar com ninguém, porque pensa que é um deus na terra. É um erro completo. É um erro completo!”, afirmou o Presidente da UNITA.