Luanda - A história de verdade e da verdade não morre e não se apaga. E a verdade é que existem localidades que, devido a sua importância e simbolismo, estão ligadas à memória colectiva de determinados povos ou grupos de pessoas que comungam do mesmo ideário Político. É agir de má fé inventar artifícios para apagar essas memórias.

Fonte: Club-k.net

A construção da nação angolana passa pelo respeito escrupuloso da identidade e dos símbolos identitários dos povos que habitam o território que se chama Angola. Relegar Mwangai, independentemente da argumentação, é o mesmo que tentar apagar parte significativa da história da luta anti-colonial; é, também, uma demonstração ostensiva de abuso de confiança e, sobretudo, um acto de extrema intolerância política e cultural. Mwangai não pode ser tratado de qualquer maneira. A história da independência de Angola passou também por Mwangai. O Estado Democrático de Direito foi uma imposição do Projecto Mwangai. Só esses dois factos deveriam ser suficientes para se preservar MWANGAI com todas as suas letras no Mapa de Angola. Aliás, Mwangai é a única localidade do País onde foi fundado um dos três movimentos de libertação nacional.

 

Como ainda estamos na fase de consulta pública, tenho fé de que os patriotas e nacionalistas do MPLA não vão deixar que se avance com isto; e alguma coisa me diz que o povo cokwe, da mesma forma que reprovou o nome de Kasai, para a nova província do Moxico, haverá de dizer não à intenção de se mudar um nome secular deixado pelos seus ancestrais - MWANGAI.

 

"Não há futuro para um povo que nega seu passado" - Mosiah Garvey

Voltarei...

Luanda, 13 de Março de 2024.
Gerson Prata