Luanda - O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, desafiou, ontem, os órgãos de justiça, na província de Benguela, a investigarem os alegados casos de abusos sexuais envolvendo cidadãos chineses afectos a algumas empresas do subsector pesqueiro, na comuna da Caota.

Fonte: OPAIS

Falando à margem da 3.ª reunião ordinária da LIMA, o braço feminino deste partido, Costa Júnior questionou por que razão “as autoridades insistem em ignorar os atropelos aos direitos humanos em empresas”, que segundo o líder partidário “vão em até cárcere privado”.

Reagindo às várias denúncias postas a circular nas redes sociais, inclusive por entidades sindicais, o presidente da UNITA disse não entender por que até hoje as autoridades ainda não puseram cobro ao problema, não obstante, as denúncias. “É porque também são co-proprietários das empresas, por isso praticam essas violações”, acusou.

O líder do maior partido na oposição angolana colocou acento tónico na questão relativa à organização social, para defender a necessidade de a sociedade civil organizar-se melhor, na perspectiva de conferir uma defesa forte às mulheres, sobretudo menores, aquelas que, segundo Costa Júnior, têm sido vítimas de abusos sexuais, praticadas supostamente por cidadãos estrangeiros, sendo que o gráfico de acusações tende para cidadãos chineses.

“Também me parece que seja necessário a própria sociedade organizar-se melhor”, sugeriu, para depois chamar atenção aos magistrados (judiciais e Ministério Público) a olharem para o assunto com a preocupação que se exige. O ‘fantasma das autarquias’

Também em Benguela, o presidente do “galo negro” repetiu que o partido governante estará a adiar as eleições autárquicas, por isso, é responsabilidade do seu partido liderar o combate político rumo à alternância do poder. Para Adalberto Costa Júnior, adiar as autarquias é, também, uma for- ma de violar os direitos das mulheres, pelo que urge a necessidade de se promover reformas políticas e constitucionais que viabilizem a consolidação de um Estado Democrático e de direito. A 3.ª reunião ordinária da LIMA, subordinada ao lema “LIMA, empoderar as mulheres para as autarquias”, junta, em Benguela, durante dois dias, representações das 18 províncias do país.