Lisboa - O deputado Francisco Gentil Viana está em vias de fazer uma comunicação à Presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, visando desfazer-se  do conteúdo da  carta datada de 11 de março, na qual solicitava a sua desvinculação do grupo parlamentar da UNITA para se tornar “deputado independente”.

Fonte: Club-k.net

A revogação da posição do deputado surge na sequência de novas avaliações em que chegou após ter notado o desfavorecimento que a condição de “deputado independente” lhe remeteria. Em círculos que lhe são próximos, reitera também a permanência na Frente Patriótica Única, integrada pela UNITA, PRA-JÁ, Bloco Democrático e sociedade civil, que se coligou para as eleições de 2022.


Filho de um histórico co-fundador do MPLA, o deputado Francisco Gentil Viana apresentou em junho de 2022 uma carta de desvinculação, do partido do regime, endereçada ao líder do MPLA, João Lourenço, argumentando que “Saio do MPLA, triste, mas não acabado. E não deixarei de cumprir com os meus deveres de cidadão. Tão pouco deixarei de lutar pelos direitos da Nação... estarei presente onde precisarem mais de mim, onde souberem me ouvir e valorizar, farei o meu melhor para ser a voz de quem não tem voz, dando voz à Sociedade Civil.”


Conforme inicialmente, noticiado pelo Club-K, Francisco Viana,  pretendia largar a bancada da UNITA, na qual se fez eleger nas últimas eleições, a pretexto de que estava a ser confundido várias vezes como militante do maior partido da oposição, o que ele não é. Porém, também concorrem alegações de que estaria a sofrer pressões para militar na UNITA e outras de que teria tido uma “reaproximação” com o seu antigo partido MPLA, na sequência de uma audiência que Carolina Cerqueira lhe concedeu.

A sociedade civil teria reagido mal à sua intenção de largar o grupo parlamentar da UNITA, dando lugar a movimentação de pedidos e apelos para que renunciasse ao mandato. Raul Diniz, um empresário que na década de 90 foi sancionado pelas Nações Unidas por alegadamente financiar a UNITA a partir da capital portuguesa, foi um dos rostos mais visíveis desta campanha de pressão, seguido pelos ativistas Dito Dali e Hitler Samessuko.