Luanda - A Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) enviou uma carta aberta ao Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, apelando pelo reconhecimento da autodeterminação do povo de Cabinda. No documento, a FLEC destaca a importância histórica dos 50 anos desde a Revolução de 25 de Abril de 1974, que marcam não só um período de celebração, mas também de reflexão e luta para o povo cabindês.

Fonte: Club-k.net

O presidente da FLEC, Emmanuel Nzita, ressalta que Cabinda completará 50 anos de luta armada pela defesa de seu território, que foi invadido pelo MPLA em 2 de novembro de 1974 e ocupado por Angola desde 11 de novembro de 1975. Nzita lamenta o silêncio dos órgãos da soberania portuguesa ao longo desses anos, destacando que Cabinda também merece o reconhecimento de seu direito à autodeterminação, assim como Timor-Leste.


A carta da FLEC destaca a importância dos princípios consagrados na Carta das Nações Unidas e na Carta da Organização da Unidade Africana, que garantem o direito de todos os povos à autodeterminação. A FLEC ressalta que Cabinda foi reconhecida como o 39º estado africano na ordem das independências, enquanto Angola foi o 35º, e argumenta que o povo cabindês merece o mesmo direito à autodeterminação.


A FLEC encerra a carta antecipando felicitações pelo aniversário da Revolução de 25 de Abril e expressa esperança de que os órgãos da soberania portuguesa se pronunciem a favor da autodeterminação de Cabinda.

A carta foi enviada também ao Parlamento Português e ao Primeiro Ministro, Luis Montenegro.