Luanda - As comemorações dos 50 anos da revolução dos cravos, em 25 de Abril de 1974, foi o grande pretexto para o Sr. João Lourenço, sua caravana de humoristas, jornalistas e músicos, entre outros camaradas, fazer a grande lavagem da sua decrépita imagem em Lisboa. O almirante Rosa Coutinho, 1974/5, sabia o que ele estava a fazer ao lhes entregar o poder…

Fonte: Club-k.net

Makalakato II e alguns incoerentes

Lisboa é a capital de Portugal. Lisboa, para os nossos pais e o tempo em que eram meninos era a famosa metrópole. Lisboa, a menina e moça, cantada pelo grande fadista Carlos do Carmo já foi, no passado recente conhecida como a grande lavandaria de dinheiros angolanos e agora passou para a grande lavandaria da imagem de João Manuel Gonçalves Lourenço e do seu MPLA. Todos os esforços estavam direcionados para Lisboa.


O Sr. Presidente, não eleito, e os seus convidados, como refere e bem a página do facebook, desfrutaram da boa gastronomia Angolana e Portuguesa. Comida e bebida à grande e à Jlo. Vinho e música. Comida e bebida para se lambuzar e dar beijos e abraços ao dono da festa – Sua Excelência Makalakato II.


Angola não é do MPLA. A embaixada de Angola em Portugal não é do MPLA. O consulado de Angola em Lisboa não é do MPLA. Os Serviços de Segurança Externa não são do MPLA. Quem é angolano e mora em Portugal sabe que estas instituições servem a um tipo de angolanos preferencialmente ou apenas. Sempre foi assim. A diáspora angolana em Portugal é vasta e diversa. A diáspora angolana é feita de gente integra, honrada e laboriosa. A verdadeira diáspora angolana é marginalizada. Esta, na sua grande maioria, não se revê na maneira desastrosa e até criminosa como o país tem sido gerido. Prova disso é que nas eleições de 2022 a oposição, a semelhança de Angola, também ganhou as eleições em Portugal (quiseram batotar, mas os bravos jovens, de onde se destaca o Kissamá de Castro, não deixaram).


Há membros da diáspora angolana que são ameaçados constantemente porque pensam o país de forma diferente. Estes valorosos angolanos e angolanas sentem, no corpo e na alma, a dor e o sofrimento do povo. Portugal dá-lhes saúde, trabalho e dignidade, mas NUNCA se esquecem do Prenda, do Lobito, do Moxico, da Lunda, de Cabinda. Amam Angola acima de tudo. Elas e eles só querem uma Angola melhor governada.


Portugal é a albergaria e banco que recebe os dinheiros que são roubados todos os dias pela classe corrupta que nos governa. Isso não é segredo para ninguém. Conhecemos os filhos, as esposas e as concubinas deles a desfilar nas estradas, cidades e vilas portuguesas.


Cada um é livre de exercer a sua cidadania. Enquanto parte integrante do povo a que muitos (convidados do Presidente ao banquete) dizem representar ou defender, nos reservamos o direito de, também, cobrar ou fazer lembrar as vossas palavras. Queremos fazer lembrar à Vós que ao longo do tempo têm fingido estar com o POVO e mal vos oferecem da boa gastronomia, vinho e música esquecem de quem vocês são. Vocês são uns incoerentes. Ainda bem que a TPA passou as Vossas caras. Queremos ouvir o que Vocês dirão ou escreverão diante do sofrimento do povo. Se os tivessem no lugar, peço desculpas pela expressão, à mesa, poderiam falar na cara e nos olhos daqueles que são responsáveis pela miséria em Angola. Vocês preferiram comer e beber e dançar! Vocês são incoerentes!


Ainda sobre a diáspora angolana, qualquer estadista minimamente decente e respeitador do seu povo (e da Constituição) iria incluir na sua delegação elementos da UNITA/FPU no encontro com os angolanos. Infelizmente, o Sr. João Lourenço é não é democrata. É um ditador. Faz eleições simuladas para legitimar sua permanência no poder. O banquete milionário, no Convento do Beato, é disso uma prova. O país não tem dinheiro, mas o saco azul ou a mala azul andou por Portugal inteiro a distribuir dinheiro ou comprar pessoas.


Angola não tem dinheiro, mas Sua Excelência Makalakatu II, desfila em Lisboa com mercedes top de gama e vai chilando em banquetes com o dinheiro do erário público, e em Angola, país de todos nós, o povo está a comer nos contentores, outros morrem à fome, outros morrem por falta de assistência médica e medicamentosa nos hospitais e centros médicos ou em suas casas. A miséria se agudiza e com ela todas as suas consequências como, por exemplo, a criminalidade e a prostituição. Sua Excelência Makalakatu II não quer saber de nada. Só quer dar show, quer ser bem visto, quer ser adulado, pensa em alterar a Constituição de Angola ou indicar a sua esposa (para Presidente) para poder continuar a encher o seu kafokolo em 2027.


Nzambi ajude-nos, que isso “jedemais”!!! É o cúmulo da pouca vergonha. Nem povo merece isso. A comitiva do Sr. Jlo gastou mais dinheiro do que os Tugas com a festa dos 50 anos do 25 de Abril deles. Ngana Nzambi, por favor, toma medida! – usando as palavras do meu músico favorito…


Xalenu Kiambote.