Luanda - A degradação do hospital central de Luanda quatro anos depois de sua entrada em funções, a situação social, económica e política, dominaram a agenda de trabalhos da reunião do Comité Permanente da UNITA, ocorrida no dia 7 de Julho de 2010, sob orientação do presidente Isaías Samakuva e que também serviu para avaliar o grau de implementação das resoluções da sua anterior reunião.


Fonte: Unitaangola


A reunião foi dominada por questões sociais, económicas e políticas que preocupam a sociedade, à luz dos últimos desenvolvimentos, sobretudo em Luanda, onde cidadãos descontentes se envolvem em manifestações frequentemente reprimidas pela polícia. Consumiu a atenção dos membros da direcção do maior partido da oposição as situações que ocorreram no projecto Nova Vida e no Cacuaco, em que cidadãos reclamando seus direitos foram reprimidos por forças da ordem, usando armas de fogo. Nesse particular, a direcção dos maninhos manifestou a sua preocupação por concluir que os problemas sociais começam a criar um clima de tensão.

 

“Tratou-se de um incidente grave do nosso ponto de vista”, afirma Alcides Sakala, para quem “esses problemas deviam ser resolvidos através do diálogo e executivo procurasse dar cumprimento aquilo que são as responsabilidades”.

 

A reunião tratou ainda de aspectos relacionados com os preparativos do congresso da JURA, que na óptica da direcção da UNITA decorrem a bom ritmo.

 

A direcção da UNITA aproveitou prestar homenagem ao seu membro John Marques Kakumba, falecido no anterior fim-de-semana em Abidjan, por vítima de doença.

 

Relativamente às exéquias fúnebres daquele que foi um exímio e influente diplomata das causa angolana junto de países africanos e não só, Alcides Sakala adianta ser vontade da direcção da UNITA que as mesmas tenham lugar em Angola, estando uma delegação do galo negro, chefiada pelo deputado Lukamba Gato, na capital da Cote d` Ivoir, a negociar com o governo e com a família.

 

A problemática do hospital geral de Luanda, construído com fundos públicos, (8 milhões de dólares) e inaugurado com pompa e circunstância pelo Presidente da República e que quatro anos depois fechou as suas portas, em virtude de fissuras que apresenta, pondo em perigo os doentes e os técnicos, foi também objecto de análise na reunião de cúpula da UNITA. Segundo Alcides Sakala, a situação em que se encontra o hospital geral de Luanda reflecte a incapacidade do governo de gerir com responsabilidade os bens públicos.

 

“Nós estamos preocupados a situação social, económica e política do país e reafirmamos uma vez mais que a UNITA é a força de alternância para que o país conheça novos rumos nos próximos tempos”, garante o político.

 

De acordo com Alcides Sakala, o seu partido aplaude a medida de evacuação dos doentes. “Foi oportuna, para evitar situações que ocorreram com o edifício da DINIC, que também tinha fissuras ignoradas pelos oficiais do Ministério do Interior”.

 

Para a UNITA, segundo o seu com o seu porta-voz, a situação do hospital geral de Luanda é ponta do iceberg de uma situação nacional muito mais complicada e alerta para atenção que deve ser prestada a outras obras construídas no âmbito da cooperação sino-angolana, tal como os estádios de futebol do CAN/2010 e estradas e pontes.

 

Sakala acrescenta que a situação chegou aonde chegou também devido a ausência de fiscalização credível por parte do governo e a corrupção que desempenha o seu papel nessa problemática.

 

“A questão que se põem é a qualidade das obras, são obras descartáveis do nosso ponto de vista. Apelamos que seja prestada atenção devida as obras que se fazem, para que as mesmas durem no tempo”, sugere o diplomata que, acrescentando que “a corrupção engole muito dinheiro e o que fica é uma ninharia para a construção da obra”.

 

O dirigente da UNITA defende abordagem clara e profunda da cooperação sino-angolana e lamenta que o governo angolano não tenha manifestado suficiente abertura para isso, quando na última legislatura deputados afectos à UNITA levantaram a necessidade de serem discutidos os termos em que assenta a cooperação entre Angola e China.